"Que é a vossa vida?” (Tg. 4:14) No mês de novembro temos duas efemérides destacadas: No dia 15 comemora-se, no Brasil, um evento de importância capital da vida política do País: a Proclamação da República. Mas o dia 2 marca outro fato de tremendo impacto para o ser humano: O “dia dos mortos”! Não gostaria que estas reflexões nos envolvessem, apenas, melancolicamente, com o fato contundente, inevitável, surpreendente e insuperável da morte física. Diante do referido evento, sou levado a pensar em algo correlato, que é de valor incomensurável: A VIDA. Essa data é para mim da maior e peculiar importância, pois foi no dia 2/11/1944, que, então, aos 15 anos de idade, alcancei o valioso e incomparável privilégio de me tornar "nova criatura". Foi na inesquecível manhã desse dia, na presença de um jovem que, aos 18 anos, já sem vida física, passara para a presença do Senhor, que reconheci estar morto em meus delitos e pecados (Ef. 2:1), e, porque cri nas verdades da Palavra de Deus, então pregadas, com poder, pelo saudoso servo de Deus, Benedito Martins de Souza, e na Obra redentora de Cristo, nasci de novo! Alcancei a "vida" da qual a minha natureza pecaminosa me despojara. O Senhor deu-me a "vida"! Que maravilhoso e valioso patrimônio! Alcancei-a graciosamente (Ef. 2:8-9). Nada fiz por merecê-la. É um patrimônio irreversível, definitivo e eterno (Jo. 10:28). Louvo ao Senhor por tê-la alcançado ainda tão jovem! Tão confortadoras lembranças fazem-me refletir sobre o VALOR DA VIDA. Tiago nos confronta com uma pergunta intrigante e desafiadora: "Que é a vossa vida?" Os conceitos humanos são os mais variados, como são variados os modelos e os métodos adotados pelo homem como melhor opção de vida. Mas a verdade inconteste é que toda a concepção da inteligência humana tem resultado, inexoravelmente, em melancólicas frustrações e fracassos sem conta! E a constatação do homem é, em geral, no sentido de que a "vida vale nada". Muitos, depois de tantos esforços, conquistas materiais, projeções pessoais e destaques pontuais ultimam os seus dias na tremenda decepção do ostracismo e das desilusões, afirmando, tristemente derrotados: "A vida vale nada!" Onde está o VALOR DA VIDA? Por que isso acontece? Tiago, no contexto da sua desafiadora pergunta, sugere três erros fundamentais do comportamento humano, que justificam esse quadro de fracasso total: 1. A auto-suficiência - A auto-suficiência do comportamento humano anula o valor da vida. Veja como Tiago descreve, com muita propriedade, esse crasso e fatal erro do ser humano, nas suas realizações da vida. O próprio homem define, por sua conta e risco exclusivos, os passos básicos de uma vida que julga de valor e de sucesso: a - Os rumos da vida: "Hoje ou amanhã iremos para a cidade tal..." b - Os métodos do envolvimento pessoal na vida: "lá passaremos um ano e negociaremos" c - As conquistas da vida: "e teremos lucros" 2. A ignorância de sua incapacidade de controlar os acontecimentos da vida - Depreende-se isso do que Tiago afirma: "Não sabeis o que sucederá amanhã" (v.14). Essa lamentável ignorância, que anula o valor da vida, constata-se nos seguintes aspectos da atitude do homem: a - alienando Deus dos seus projetos, decisões e realizações; b - desconsiderando que Deus tem o controle de todas as coisas; c - jactando-se de suas arrogantes pretensões, que são malignas (v.16) . 3. A ignorância da fragilidade de sua vida física - Afirma Tiago: "sois, apenas, como neblina, que aparece por um instante e logo se dissipa" (v.14). Isso prova que a vida física (humana) é: a - passageira (Jó. 7:6,7); b - penosa (Jó. 7:1); c - precária (Jó. 7:9). Conclusão: Onde está o VALOR DA VIDA? Tiago afirma: "Em vez disso devíeis dizer: Se o Senhor quiser, não só viveremos, como também faremos isto ou aquilo" (v.16). Nossa vida só terá valor se entregarmos o seu controle total e incondicional ao Senhor! (Leia Sl. 16:11, Pv. 3:5-6 e At. 20:24).