O governo da igreja local (11)

Atendei por vós e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para pastoreardes a Igreja de Deus, a qual Ele comprou com o seu próprio sangue”

 

IV. QUALIFICAÇÕES DOS PRESBÍTEROS

13. Capacidade para governar a própria casa.

Terminamos a última crônica falando sobre o primeiro princípio fundamental da Palavra de Deus sobre o assunto: “não provocar os filhos à ira”. Continuemos:

B) Aos pais, não à igreja, cabe a responsabilidade primordial de criar os seus filhos, isto é, dando-lhes a devida atenção de ensinar-lhes e educá-los. São os pais que têm a responsabilidade e o privilégio de ensinar os filhos tudo aquilo que o Senhor quer que saibam e aprendam.

A regra não é nova. Não foi Paulo quem a inventou. A regra é divina e remonta ao tempo mais antigo, quando Deus estabeleceu as normas de boa convivência familiar para o povo de Israel. Em Êxodo 20:10 vemos que as ordens divinas não somente alcançavam os pais, como também os filhos, passando daqueles a estes, cabendo aos primeiros a responsabilidade de ciência de tudo aos segundos.

Em Deuteronômio 11:18-19, assim Deus ordenou aos pais: “Ponde, pois estas minhas palavras em vosso coração e na vossa alma, atai-as por sinal na vossa mão, para que estejam por frontal entre os vossos olhos. Ensinai-as a vossos filhos, falando delas assentados em vossa casa e andando pelo caminho e deitando-vos e levantando-vos”. Deus quis que o bem-estar na família judaica fosse uma constante pelo cumprimento fiel da Sua ordem de ensino dos pais aos filhos daquilo que Ele queria que cada um aprendesse, mas sempre o “ensino do Senhor”.

Por isso Deus exigia que primeiro os pais aprendessem bem as Suas palavras, firmando-as no seu coração e na sua alma, evidenciando-as, por outro lado, por sinal na sua mão e colocando-as, ainda, por frontal entre os seus olhos.

A melhor forma de ensinar é demonstrar convicção própria quanto ao ensino que se transmite, esta corroborada pela demonstração prática da sua aceitação nas atitudes cotidianas; assim o ensino verbal terá força quando falar dele em casa, assentado com os filhos ou com eles andando no caminho, e, ainda, deitando-se e levantando-se.

O ensino (“admoestação do Senhor”) é essencial para a boa criação dos filhos. É o ensino de Paulo em Efésios 6:4... “Criai-os na disciplina e na admoestação do Senhor”. O ensino pode ser pela Palavra, isto é por meio de conversas com os filhos. Os pais cristãos jamais deverão negligenciar nisso!

É, também, por meio do exemplo prático, isto é, vivendo aquilo que ensinam. Não devem os pais cristãos criar os filhos segundo os seus conceitos pessoais, mas criá-los de acordo com a admoestação do Senhor. Está aí o segredo da boa formação de um lar cristão.

O ensino faz-se pelo exemplo e pelas palavras, em Provérbios 22:6 o sábio Salomão esclarece: “Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda, quando for velho não se desviará dele”. Criar os filhos na admoestação do Senhor é ensinar-lhes tudo aquilo que o Senhor quer que saibam e aprendam. Tal formação há de ajudar os filhos a andar bem até a sua velhice.

Esse ensino, por outro lado, deve ser claro, consoante a própria Palavra de Deus, como Paulo nos adverte em 2 Timóteo 3:14-17... “Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de quem o aprendeste, pois que desde a infância sabes as sagradas letras que podem tornar-te sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus. Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda a boa obra”. Permanecendo naquilo que aprendemos na Palavra de Deus e procurando transmitir o seu ensino aos nossos filhos, estaremos admoestando-os para alcançarem a estatura dos homens de Deus, perfeitos e perfeitamente habilitados para toda a boa obra; ensinados, repreendidos, corrigidos e educados pela própria Palavra de Deus.

C) De outra sorte, é necessária, também, na criação dos filhos, a “disciplina do Senhor”, isto é, a correção oportuna, adequada e bem orientada.

Em Provérbios 3:11-12, o sábio Salomão afirma: “Filho meu, não rejeites a disciplina do Senhor, nem te enfades da sua repreensão, porque o Senhor repreende a quem ama, assim como o pai ao filho a quem quer bem”. Disciplinar o filho com amor, mostrando o erro, corrigindo-o e ensinando-lhe a atitude certa, é prova de querer bem a seu próprio filho. Veja outros textos em Provérbios 13:24; 19:28; 22:15; 29:15-17.

Não são muitas as regras que vimos, mas três são sobremodo importantes:

A - Não provocar a ira dos filhos;
B - Criá-los na admoestação (ensino) do Senhor;
C - Criá-los na disciplina do Senhor.

Agir de acordo com tais princípios é demonstrar, no ambiente do lar, o reconhecimento do Senhorio de Cristo. Continuaremos na próxima crônica.

autor: Jayro Gonçalves.