Características de um discípulo

Lucas 9:23

A expressão “discípulo”, que significa “seguidor”, é uma das mais importantes do vocabulário cristão. Designa os que são cristãos autênticos distinguindo-os dos meramente nominais.

Vemos a expressão em momentos solenes e muito especiais da experiência cristã:

A.  Quando o Senhor Jesus escolheu os doze discípulos que deveriam acompanhá-Lo em todo o Seu ministério, dentre os demais, aos quais deu o nome de apóstolos (“enviados” ou “comissionados”), agiu de maneira sobremodo solene. O ato foi tão especial e importante que o Senhor Jesus, antes de praticá-lo, “retirou-se para o monte, a fim de orar, e passou a noite orando a Deus” (Lucas 6:12-13).

B.     Quando o Senhor comissionou os Seus para a importante obra evangelística do mundo, antes de Sua ascensão, usou a expressão “fazei discípulos”, para definir o Seu entendimento sobre tão importante realização cristã, em todos os tempos, afirmando: “Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações... ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado” (Mateus 28:18-20).

C.     A histórica e notável reportagem da experiência cristã em Antioquia, registrada em Atos 11:19-26, reporta-se à expressão “discípulos” para definir os que foram “pela primeira vez, chamados cristãos”. Vemos, aí, a fundamental relação do cristianismo autêntico com a condição de “discípulo verdadeiro”.

Ser discípulo não implica em mera adesão barata e formal. Alguns assim se designam levianamente, apenas para usufruir da oportunidade de um privilégio pessoal, de uma popularidade conveniente ou do exercício de um poder temporal vantajoso.

O “discípulo” pressupõe um “Mestre”, pois sem este não poderá haver aquele. Jesus Cristo nos quer como discípulos, sendo Ele o Mestre por excelência, capaz e disponível (Mateus 7:28-29... “estavam as multidões maravilhadas da sua doutrina; porque os ensinava como quem tem autoridade”; João 13:13... “Vós me chamais o Mestre e o Senhor e dizeis bem, porque Eu o Sou”).

O discípulo é aquele que aprende do Mestre a “disciplina” que lhe é ensinada, aceitando, também, com humilde submissão, a “disciplina” corretiva que lhe é aplicada, quando necessária. Em Mateus 11:28 o Senhor Jesus enfatizou a necessidade de se aprender d’Ele (“aprendei de mim”). A melhor maneira de aprender d’Ele (discípulo verdadeiro) é vê-Lo, escutá-Lo e imitá-Lo. Em João 8:31 o Senhor afirmou: “se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos”.

Para se exercer o “discipulado verdadeiro” é mister, primeiramente, fidelidade absoluta no aprendizado, para se alcançar, afinal, a condição essencial e privilegiada de mestre (“fazei discípulos”), não se esquecendo, entretanto, de que nunca poderemos abrir mão da nossa relação contínua com o Mestre por excelência, o Senhor Jesus Cristo (“aprendei de mim” e “ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ensinado”).

Vejamos três condições essenciais do discipulado verdadeiro, tendo por base Lucas 9:23:

RENÚNCIA – “a si mesmo se negue”

Está posta aí a primeira condição para o verdadeiro discipulado. Jesus Cristo afirmou que se alguém quer vir após Ele, isto é, quiser ser verdadeiro discípulo, deve negar-se a si mesmo. Não significa, essa afirmação do Senhor, que não tenhamos valor algum ou que para nada sirvamos, mas que tenhamos a compreensão correta da necessidade de nos capacitarmos n’Ele e dependermos dos Seus recursos para realizarmos o Seu Soberano propósito na nossa vida (João 15:5... “sem Mim nada podeis fazer”). Não devemos nos julgar autossuficientes, confiando, exclusivamente, em nossa capacidade e nos nossos recursos pessoais, nas realizações em que nos envolvemos.

Há três renúncias básicas que implicam nessa condição:

a) - Renúncia dos nossos interesses pessoais

O verdadeiro discípulo não permite que os seus interesses se sobreponham aos interesses do Senhor naquilo que faz. Que interesses nos movem quando buscamos o Senhor? Veja o exemplo negativo do “moço rico”, em Lucas 18:23, que não conseguiu renunciar o seu interesse nas riquezas para alcançar o que lhe era muito mais valioso: a vida eterna! E sabia bem ele que esta era uma grande e vital necessidade. Buscou-a na pessoa certa, o Senhor Jesus, mas não obteve a bênção tão necessária e almejada, porque priorizou o seu interesse pessoal: a riqueza material.

b) - Renúncia de nossas ideias

Somos tremendamente imaginativos e múltiplas ideias pululam a nossa mente. O verdadeiro discípulo abdica delas para nortear-se pela mente de Cristo (1 Coríntios 3:16). O profeta Isaias ao conclamar o povo a “buscar o Senhor” exorta-o, firmemente, nestes termos: “deixe o perverso o seu caminho, o iníquo os seus pensamentos... porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos” (Isaías 55:7-8). Salomão nos ensina em Provérbios 3:5... “confia no Senhor de todo o teu coração e não te estribes no teu próprio entendimento”. Não permitamos que as nossas ideias afastem as possibilidades imensas que podemos alcançar no verdadeiro conhecimento, que vem do Senhor! Paulo nos exorta: “buscai as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus. Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra” (Colossenses 3:1-2).

c) – Renúncia de nossos impulsos

A impulsividade é uma característica do ser humano e sempre está presente nas suas realizações. O verdadeiro discípulo deve saber renunciá-la firmemente, para não prejudicar a sua atuação, tanto no processo do aprendizado como no do ensino. A submissão do nosso comportamento, aos impulsos naturais, priva-nos de muitos privilégios espirituais e do usufruto das bênçãos do Senhor na nossa vida. Desqualifica-nos e, até, anula o nosso discipulado.

Veja o triste exemplo negativo de Davi em 2 Samuel 11:2-4. Sua impulsividade carnal, não renunciada no momento certo, custou-lhe grande desgraça e a queda fatal. Satanás se vale muito dessa característica negativa do ser humano para anulá-lo. Mas devemos lembrar o que Paulo afirma: “Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças” (1 Coríntios 10:13). A impulsividade de Pedro, no Getsemani, atingindo com a espada o servo do sumo sacerdote, foi pronta e firmemente repreendida pelo Senhor Jesus. Embora pretendendo defender o Senhor, agiu de modo errado, no impulso da carne. Quantas vezes, até bem intencionados, prejudicamos o nosso discipulado por não sabermos renunciar, no exato momento, a impulsividade carnal! O remédio adequado há de ser sempre o exercício do autodomínio, que é um aspecto importante do fruto do Espírito (Gálatas 5:23).

REJEIÇÃO – “dia a dia tome a sua cruz”

Rejeitar nem sempre parece ser a melhor atitude quando consideramos as coisas, apenas, do ponto de vista humano. Mas os critérios do Senhor são diferentes, porque os valores, do ponto de vista de Deus, também diferem dos nossos conceitos, estes sempre afetados pela nossa natureza carnal, imediatista e interesseira. O Senhor define essa atitude essencial do discipulado verdadeiro com a expressão: ”negue-se a si mesmo”.

Para se praticar, corretamente, o discipulado verdadeiro, há que se exercer, firmemente, a rejeição, em três aspectos:

a) – Rejeitar as CONDIÇÕES do mundo

O mundo tem muito a ver com a natureza carnal do ser humano, afetado pela pecaminosidade, e
lhe oferece múltiplas condições de sucesso temporal. Mas tais condições não podem ser aceitas pelo cristão autêntico. Ao verdadeiro discípulo cabe distingui-las e rejeitá-las, para poder agir espiritualmente e não na carne, alcançando os alvos do propósito de Deus em sua vida cristã. O apóstolo João define bem esse tipo de comportamento espiritual, de repulsa às condições do mundo, na atitude do verdadeiro discipulado: “não ameis as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo o amor do Pai não está nele; porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procedem do Pai, mas procedem do mundo. Ora, o mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele, porém que faz a vontade do Pai, permanece eternamente” (1 João 2:15-17). Alguns exemplos notáveis de rejeição das condições do mundo, na Bíblia, são expressivamente ilustrativos:

  • José – Gênesis 39:7-23 – Rejeitou as condições mundanas da mulher de Potifar; chegou a ser injustamente penalizado pela sua atitude fiel, mas, afinal, o Senhor o honrou sobremaneira!
  • Daniel – Daniel 1:8 – Resolveu Daniel, firmemente, não contaminar-se com as finas iguarias do rei, nem com o vinho que ele bebia; então pediu ao chefe dos eunucos que permitisse não contaminar-se. Deus honrou a firme atitude de Daniel, rejeitando as condições mundanas que lhe foram oferecidas.
  • O Senhor Jesus – Mateus 4:3-11 – Vemo-Lo, durante o período de tentação no deserto, rejeitando, firmemente, as propostas satânicas. Veja a proposta de Satanás no v. 9... “tudo isto te darei se, prostrado, me adorares”. Fez esse desafio ao Senhor depois de lhe mostrar todos os reinos do mundo e a glória deles (v. 8). E sabemos que Satanás é o príncipe deste mundo e está sempre a oferecer ao cristão as suas condições para o sucesso temporal do mesmo. Devemos rejeitar as suas condições mundanas para exercermos o discipulado verdadeiro, com o resultado das bênçãos do Senhor.

b) – Rejeitar as VANTAGENS do mundo

Não só condições, que lhe são próprias, oferece o mundo ao comportamento do cristão, para dissuadi-lo do discipulado verdadeiro, mas, também, “vantagens”, muitas vezes aparentemente irrecusáveis. O verdadeiro cristão tem que saber discernir, espiritualmente, tais ofertas “vantajosas”, para poder rejeitá-las, com firmeza, a fim de manter-se fiel no exercício da vontade do Senhor. A nossa tendência natural, por força da atuação da nossa carne, é sempre no sentido de ver as vantagens que podemos obter nesta ou naquela atitude que se nos oferece ao comportamento, agindo com precipitação e imediatismo pecaminosos, o que nos afasta da necessária atuação espiritual e fiel do discipulado verdadeiro. Temos que estar vigilantes em nossa atitude, assumindo, resolutamente, a atitude proposta pelo Senhor Jesus, de tomarmos, cada dia, a nossa cruz.

Moisés nos oferece exemplo digno de rejeição às vantagens do mundo, consoante lemos em Hebreus 11:24-25. “pela fé, Moisés, quando já homem feito, recusou ser chamado filho da filha de faraó, preferindo ser maltratado junto com o povo de Deus a usufruir prazeres transitórios do pecado, porquanto considerou o opróbrio de Cristo, por maiores riquezas do que os tesouros do Egito, porque contemplava o galardão”. Note que esse tipo de rejeição implicava no suporte de situação bastante penosa (“maltratado junto com o povo de Deus”), mas revelava uma ampla visão das bênçãos compensadoras do Senhor (“maiores riquezas do que os tesouros do Egito”; “contemplava o galardão”). Que experiência notável é obtida pelos que se portam com fidelidade nessa área, optando pela rejeição das vantagens do mundo! São dignos do verdadeiro discipulado e, por isso, serão honrados pelo Senhor.

c) – ACEITAR a rejeição do mundo

Esse é mais um aspecto que implica com a rejeição do mundo no exercício do discipulado verdadeiro. É necessário disposição total em aceitar a rejeição do mundo. O Senhor Jesus, em Sua oração intercessora, da qual fomos alvo, em João 17, afirmou: “não quero que os tires do mundo, e sim que os guardes do mal. Eles não são do mundo, como também eu não sou” (vs. 15-16). É no mundo que temos que atuar, por isso o Senhor orou para que não sejamos tirados do mundo. Mas como não somos do mundo, o mundo nos rejeita. Por isso o Senhor orou para que sejamos guardados do mal com que o mundo busca nos atingir quando nos rejeita.

Ele afirma que, também, não é do mundo. Entenda-se por “mundo” todo o sistema pecaminoso controlado pelo príncipe deste mundo, Satanás, e do qual participam todos os que não querem saber de Deus e nem da Sua Palavra e, por isso, nos rejeitam. Essa atitude necessária de “rejeição do mundo” foi, também, por Ele corajosa e firmemente adotada, tanto que acabou sendo injustamente (do ponto de vista humano) crucificado no Calvário. Aceitando a rejeição do mundo, estaremos nos identificando com o Senhor e nos capacitando para um discipulado verdadeiro. Por isso, o Senhor Jesus nos adverte, solenemente: “no mundo passais por aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo” (João 16:33). 

RENDIÇÃO – “e siga-me”

É essa uma das mais sublimes expressões saídas da boca do Senhor durante o Seu glorioso ministério. A única alternativa válida para o ser humano, afastado de Deus, por causa do pecado, está na pronta e positiva resposta a essa maravilhosa solicitação, que Ele faz com amor a todos, não importando a condição em que se encontrem. Esse convite do amor de Deus é sempre a última palavra que Ele nos dirige para o usufruto das bênçãos que nos oferece. Não se alcança a bênção do Senhor sem segui-Lo!

A quantos Ele disse: “Siga-me”! Todos os que o seguiram foram abençoados e usados gloriosamente, supridos pela Sua maravilhosa Graça, capacitados pela Sua Palavra e fortalecidos pelo Seu Espírito. Não há como se alcançar a sublime e abençoada experiência do discipulado verdadeiro a não ser O seguindo! Segui-Lo não é apenas ir atrás d’Ele, saber muito a respeito d’Ele e do que Ele ensinou. É imitá-Lo. Viver como Ele quer que vivamos, praticando o que d’Ele aprendemos cada dia. Implica num envolvimento total com a Sua Pessoa e com a Sua Palavra, para sermos como Ele é, - e é assim que Ele quer que sejamos -, e fazermos o que Ele quer que façamos, da maneira como Ele deseja que façamos (veja João 8:31; 15:5,7; 1 Pedro 2:21). Queremos sugerir três atitudes essenciais que consubstanciam esse comportamento indispensável ao discipulado verdadeiro:

a) – Reconhecer a Sua SOBERANIA

Muitos que se dizem cristãos estão prontos a aceitá-Lo, apenas, como Salvador, para garantirem o seu passaporte para o céu. Isso é altamente conveniente. Mas não se dispõem a pagar o preço de aceitá-Lo como SENHOR. Recusam, frontalmente, a Sua soberania. Paulo ensina em Romanos 14:9... “Foi precisamente para esse fim que Cristo morreu e ressuscitou, para ser Senhor tanto de mortos como de vivos”. Note que Paulo afirma que a obra Redentora teve como finalidade fazê-Lo “Senhor”. Pedro afirma em Atos 2:36... “Esteja absolutamente certa, pois, toda a casa de Israel de que a este Jesus (que significa “Salvador”), que vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo”.

A soberania do Senhor Jesus está amplamente demonstrada nas Escrituras, as quais exigem, inquestionavelmente, que tal soberania seja assumida, incondicionalmente, na atitude de todo aquele que se diz cristão. Para que o nosso discipulado seja verdadeiro devemos reconhecer a total e ampla soberania do Senhor. Para isso se tornar real, não basta chamá-Lo de “Senhor”, mas entregar-Lhe, incondicionalmente, o controle de todas as áreas de nossa vida, com disposição de uma total aceitação dos Seus desígnios e da Sua orientação nas decisões e atitudes a serem adotadas. Há que haver completa submissão à Sua Palavra, que é “lâmpada para os nossos pés e luz para os nossos caminhos” (Salmo 119:105).

b) – Reconhecer a sua SUFICIÊNCIA

A suficiência do Senhor é amplamente demonstrada nas Escrituras. Já na Criação vemos que Deus ofereceu à Sua criatura todo o suprimento de que necessitava para cumprir, com eficiência, a sua missão terrestre (Gênesis 2:1-17). No curso da história do povo de Israel encontramos inúmeras passagens bíblicas evidenciando a presença constante do Senhor, suprindo suficientemente as suas necessidades, em todas as áreas de sua experiência, mesmo nas ocasiões de atitudes de rebeldia, de murmuração e de desobediência.

O Senhor Jesus Cristo, em Seu ministério terrestre deu ênfase a esse aspecto da Obra da Redenção, a qual não é, apenas, salvadora, mas, também, supridora. No Evangelho de João encontramos muitas declarações do Senhor afirmando a suficiência supridora da Sua Pessoa, como Bom Pastor, Luz do Mundo, Água Viva, Pão da Vida, Vida Eterna, Videira Verdadeira etc. Em João 15: 5 o Senhor afirma: “Eu sou a videira, vós os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto, porque sem mim nada podeis fazer”. Isso significa que devemos assumi-Lo e dar-Lhe espaço para que Ele atue, suficientemente, através de nós.

A Palavra de Deus é outro instrumento da suficiência supridora de Deus, para ensinar e capacitar o cristão (2 Timóteo 3:14-17), orientando-o na atuação discipuladora, com plena eficiência. O Espírito Santo, que habita em todo o verdadeiro cristão (João 14:16-17) é mais um precioso e suficiente supridor para guiá-lo a toda a verdade (João 16:13) e ensiná-lo (João 14:26), atuando com poder divino na sustentação do seu testemunho e na luta contra os poderes dos inimigos, que Satanás habilidosamente manipula contra nós; assiste-o em suas fraquezas, dirigindo-o em suas orações.

Não podemos, ainda, deixar de mencionar a suficiência supridora da Graça do Senhor, que atua de forma multiforme. Em 2 Coríntios 12:9 vemos como Paulo recebe do Senhor a bênção do suprimento suficiente da Sua Graça, no profundo abatimento da sua alma, ao ouvir do Senhor as sublimes palavras: “a minha graça te basta”. No exercício de nosso discipulado podemos contar com a Sua suficiência.

c) – Refleti-Lo em nossa vida diária

Refleti-Lo em nossa vida diária resulta da nossa identificação com Ele. Por outras palavras, torna-se mister que o nosso cristianismo seja uma manifestação d’Ele, no que somos e naquilo que fazemos. Ele deseja, mais do que tudo, que sejamos um reflexo da Sua Pessoa e dos Seus ensinos. É o que Pedro revela em 1 Pedro 2:21... “Porquanto para isso mesmo fostes chamados, pois que também Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os seus passos”. Paulo usa uma expressão que dá ideia bem viva desse ensino, quando afirma em 2 Coríntios 2:14-15... “Graças, porém, a Deus, que, em Cristo, sempre nos conduz em triunfo e, por meio de nós, manifesta, em todo o lugar a fragrância do seu conhecimento. Porque nós somos para com Deus o bom perfume de Cristo, tanto nos que são salvos como nos que se perdem”. A nossa identificação com Cristo, para refleti-Lo em tudo, como é o Seu desejo, exige que busquemos ter com Ele íntima comunhão, nos termos do que Paulo ensina em 2 Coríntios 3:18... “E todos nós, com o nosso rosto desvendado contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito”.

O nosso discipulado verdadeiro depende desse tipo de experiência. Foi buscando esse alvo que Paulo o alcançou afirmando: “logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim”. Em Filipenses 1:21 Paulo diz mais: “Porquanto para mim, o viver é Cristo e o morrer é lucro”. Quão extraordinária era a vida do grande apóstolo refletindo-O de forma ampla em sua experiência ministerial! Sigamos o seu exemplo no nosso discipulado verdadeiro.

CONCLUSÃO

Como vimos, inicialmente, o processo que o Senhor estabeleceu para o eficaz processo da evangelização do mundo é o do discipulado verdadeiro. Isso implica, necessariamente, em que sejamos verdadeiros discípulos, aceitando o desafio do Senhor, em Lucas 9:23. Adotando as três condições que esse desafio contempla, a renúncia, a rejeição e a rendição, seremos discípulos verdadeiros para o exercício do discipulado verdadeiro.

autor: Jayro Gonçalves.