“O que o Senhor espera de ti?”
Deuteronômio 10:12
Vivemos época de grandes desafios. Na solução dos problemas graves que a humanidade enfrenta a participação positiva de cada um é fundamental. Temos que encarar com grande responsabilidade e seriedade o papel que nos incumbe representar no cenário confuso e complicado do contexto problemático que vivenciamos.
Principalmente nós, que nos declaramos cristãos, não podemos nos furtar em oferecer a Deus, com quem estamos comprometidos, resposta pronta e adequada ao Seu solene desafio, para que os acontecimentos correspondam aos Seus soberanos desígnios, beneficiando-nos e aos que conosco convivem no curso da nossa história.
No texto acima, Deuteronômio 10:12, deparamo-nos com o desafio do Senhor ao Seu povo, no momento histórico da preentrada na terra prometida, depois de longa jornada em sua demanda. Feita sumária, mas substancial retrospectiva histórica das múltiplas bênçãos com que Deus os havia contemplado através dos longos anos de peregrinação (veja o pronunciamento do grande e velho líder Moisés, desde o capítulo 8), chegara o momento inevitável da resposta do povo ao desafio de Deus: “O que o Senhor espera de ti?”.
Nada mais tinha o Senhor que provar ao Seu povo! A sua história plena de milagres e de vitórias, conseguidos, exclusivamente pela atuação da poderosa mão de Deus a favor deles, manifestação inconteste da Sua maravilhosa Graça, não lhes deixava mais qualquer dúvida quanto à realidade da intervenção divina em todos os acontecimentos da sua longa história e quanto ao que do mesmo povo “AGORA” Deus esperava!
Deus havia dado ao Seu povo “livramento”, “orientação”, “suprimento”, “habitação”, “segurança” e muitas outras bênçãos. Chegara “AGORA” o momento de o povo definir-se perante o Senhor, assumindo compromisso sério e definitivo em resposta ao Seu solene desafio!
Encontramos na sequência do texto “cinco atitudes” que Moisés exorta que sejam adotadas pelo povo, como resposta ao desafio do Senhor, para garantir o sucesso de sua experiência histórica futura.
Vejamo-las e adotemo-las, com determinação, como resposta ao desafio que o Senhor nos faz, para influenciarmos positivamente o contexto dos acontecimentos em que, necessariamente, nos envolvemos.
1. “Que temas o Senhor teu Deus” (v. 12) – A Palavra de Deus nos ensina, amplamente, a respeito da grande necessidade de exercitarmos o “temor do Senhor” (Salmo 111:10; Provérbios 1:7; 9:10) em todas as atuações das diversas áreas da nossa vida. Sem o temor do Senhor o nosso comportamento fica carecendo de espiritualidade e o nosso compromisso com Deus estará efetivamente furado. Nada resultará de proveitoso no que fizermos, se não houver em nossa atitude essa postura essencial! Exercita-se o temor do Senhor quando:
Atuamos com “humildade”, reconhecendo a nossa total dependência do Senhor em tudo o que fazemos (João 15:5);
Atuamos com “submissão”, reconhecendo a Soberania do Senhor em tudo o que fazemos;
Atuamos com “confiança”, reconhecendo que o resultado do que fazemos sempre será útil e proveitoso (“fruto” para a glória de Deus – João 15:16), porque é operado pelo Espírito Santo através de nós (Filipenses 4:13);
Atuamos com “reverência”, reconhecendo a solene responsabilidade que temos ao servirmos ao nosso Grande, Santo e Poderoso Deus.
2. “Que andes em todos os seus caminhos” (v. 12) – Não há alternativa se quisermos corresponder ao propósito de Deus para a nossa vida cristã. O Senhor é o “Caminho” para a nossa regeneração e salvação (João 14:6), mas, também, é o “Caminho” para a realização de nossa vida espiritual nos termos da Sua Soberana vontade. Exercita-se isso quando:
Reconhecemos a inutilidade dos nossos próprios caminhos (Provérbios 16:25);
Reconhecemos que os nossos caminhos não são os caminhos do Senhor (Isaías 55:8);
Deixamos os nossos próprios caminhos (Isaias 55:7);
Reconhecemos o Senhor em todos os nossos caminhos (Provérbios 3:6), confiando n’Ele e na Sua Palavra (Salmo 119:105), a Ele os entregando (Salmo 37:5), para que Ele os endireite, removendo os obstáculos dos mesmos (Provérbios 3:6).
3. “Que o ames” (v. 12) – Sem o exercício do amor nada de proveitoso pode ser realizado. Tanto o amor a Deus como o amor ao próximo devem caracterizar nosso serviço para Deus (Mateus 22:34-40). O Senhor Jesus enfatizou a necessidade do amor, oferecendo-nos o Seu próprio exemplo (João 13:34). Paulo nos exorta em 1 Coríntios 16:14... “todos os vossos atos sejam feitos com amor”. O exercício do amor deve ser:
Não fingido, isto é, sincero e autêntico (Romanos 12:9; 2 Coríntios 6:6);
Abnegado (1 Tessalonicenses 1:3);
Constante (Efésios 5:2; Hebreus 13:1);
Abundante (1 Tessalonicenses 3:12).
4. “Que sirvas ao Senhor teu Deus de todo o coração e de toda a tua alma” (v.12) – Deus requer de nós um compromisso sério de serviço. Há muitos que se afirmam identificados com Cristo, mas jamais demonstram disposição de serviço para Deus. O cristianismo autêntico é dinâmico. Prova-se a condição de verdadeiro cristão pelo serviço que a Deus prestamos. O Senhor Jesus disse: ”Vós sois meus amigos, se fazeis o que eu vos mando” (João 15:14). O serviço para Deus deve ser exercitado com:
Humildade (Atos 20:19);
Espontaneidade e fidelidade, como para o Senhor e não a homens (Romanos 12:11; Colossenses 3:24);
Resignação, no poder de Deus (1 Pedro 4:11);
Propósito de glorificar a Deus (1 Pedro 4:11).
5. “Para guardares os mandamentos do Senhor” (v. 13) – É fundamental que a nossa disposição, quando assumimos compromisso com Deus, seja, definitivamente, de sempre guardar a Sua Palavra em todas as manifestações da nossa vida, seja em que área for. Submissão total aos ditames da Palavra de Deus faz parte de nossa resposta correta ao desafio de Deus e ao que Ele espera de nós. Devemos:
Crer na Palavra de Deus, como sendo, realmente, o sopro divino para nosso benefício (2 Timóteo 3:14-17);
Lê-la com sistemática e constância, meditando sobre o que ela ensina para sermos bem sucedidos (Josué 1:7-8; 2 Timóteo 4:15);
Praticá-la como norteadora segura nas realizações da vida (Tiago 1:22-25);
Ensiná-la para a bênção da vida de muitos, a partir dos que nos são mais achegados (Deuteronômio 11:18-21).
Conclusão – O desafio do Senhor é coisa muito séria e não deve ser descartado pelo verdadeiro cristão. O que o Senhor espera de nós? O Senhor, que, com fidelidade, nos agracia amplamente, espera a nossa resposta pronta e resoluta ao Seu desafio. A melhor resposta há de ser a nossa disposição em adotar as “cinco atitudes” acima mencionadas, válidas não só para a abençoada história do povo de Israel, mas, também, para a nossa própria história. Isso não só nos beneficiará espiritualmente como afetará, beneficamente, aqueles com quem convivemos.