"Os filhos são herança do Senhor, uma recompensa que Ele dá"
Salmo 127:3-NVI
Destaca-se, no mês de outubro, o "Dia da Criança". Intensa é a promoção que se faz para a satisfação dos interesses comerciais que a data enseja, sob o falso pretexto de se notabilizar a criança. Congressos, debates, pronunciamentos, eventos festivos e recreativos, propostas de soluções para resolver questões quanto à problemática chamada "criança".
Tudo é feito com muito estardalhaço e exibição pessoal de "capacidade" e "conhecimento especializado na matéria" pelas mais diversas "personalidades" das áreas científica, social e de educação, inclusive empresários, governantes, políticos e religiosos. Os meios de comunicação atuam com presença marcante, aproveitando-se das gordas verbas que os patrocinadores interesseiros disponibilizam.
Nesse cenário, que a cada ano se repete, tem-se adotado, com freqüência e destaque, o mote "Criança Esperança". Visa-se, com esse moto, evidenciar o fato de que a criança é uma esperança para dias melhores.
Será isso verdade no contexto atual? Parece que não! A verdade é que tudo não passa de uma grande demonstração de hipocrisia e falsidade! A começar pelo fato de que toda essa atuação bombástica é mera representação e não reflete uma vontade real de que a criança seja esperança. Tudo não passa de um pretexto para a satisfação dos interesses gananciosos, pouco recomendáveis e até escusos! Uma farsa! A criança é apenas um simples "objeto" de uso oportunista!
Que lástima! Qual é o quadro que a cada ano se coloca perante a sociedade? O de uma população infantil problemática, desesperançada, abandonada, violentada e violenta, vivendo nas drogas e na prostituição infantil deprimente, ao léu, esfomeada, deseducada, humilhada e explorada!
Que história é essa de “Criança Esperança” diante dessa triste realidade? Será culpada a própria criança? Claro que não! Culpados são a sociedade hipócrita, a família alienada de Deus, os que detêm o poder político, religioso e financeiro.
Afirma o Salmista: "os filhos são herança do Senhor"! Nada há mais precioso no mundo do que a criança. Como uma "herança” ela deve ser a) "desejada", como um ser de valor incomum e de grande preciosidade; b) "valorizada" como patrimônio incomparável concedido pelo Senhor; c) e bem "cuidada", com aplicação total e permanente.
Continua o Salmista: "uma recompensa que Ele dá". Que recompensa é essa que o mundo infantil, tão degradado, representa? A culpa não é de Deus nem da criança. A principal responsabilidade é da família, solene instituição do Senhor, alienada de Deus.
No Salmo 78:3-8 vemos como a família pode, com segurança, produzir a “Criança Esperança”:
- O ensino eficiente da experiência dos pais (vv.3,4) – Ele diz: "o que ouvimos e aprendemos, o que nossos pais nos contaram, não os esconderemos de nossos filhos". O texto enfatiza: "contaremos à próxima geração os louváveis feitos do Senhor e do seu poder e as maravilhas que o Senhor fez". Vê-se aí que o "ensino eficiente" é aquele que é transmitido com a força da nossa própria experiência com Deus, através dos Seus "louváveis feitos", do Seu "poder" e das Suas "maravilhas" por nós vivenciadas. É isso que vale no “ensino eficiente”! Então podemos dizer que a “criança é esperança” (futura geração).
- O valor da Palavra de Deus (vv.5,6) – A base fundamental e insubstituível da formação da “Criança Esperança” é a Palavra de Deus. Veja o texto: "Deus decretou estatutos...estabeleceu a lei...e ordenou aos nossos antepassados que a ensinassem aos seus filhos". Não há "cartilha" que possa tomar o lugar da Palavra de Deus! Note o detalhe da recomendação do texto: "de modo que a geração seguinte a conhecesse, e também os filhos que ainda nasceriam, e eles, por sua vez, contassem aos seus próprios filhos". Temos aí afirmado o valor incomum das Escrituras para que surja a “Criança Esperança”!
- A confiança em Deus e obediência à Sua Palavra (vv.7,8) – O eficiente resultado está definido aí: "porão a sua confiança em Deus, não esquecerão os seus feitos, e obedecerão os seus mandamentos". Esse é o tipo de “Criança Esperança” que devemos almejar. “Criança Esperança” que não será "obstinada", não será "rebelde", não será "desleal para com Deus" e não será de "espírito infiel".
Fora desse padrão bíblico não há como se declarar, honestamente, que a “criança é esperança”! Como família cristã criemos a “Criança Esperança” (Ef.6:4).