“A tua palavra é a verdade”
João 17:17
Notória é a tendência atual, mesmo no meio chamado evangélico, de menosprezar a validade da autoria Divina da Palavra de Deus, minimizando o seu inquestionável valor de Sagradas Escrituras e negando-lhe a autoridade absoluta e a revelação verbal de Deus. Essa atitude equivocada contraria, frontalmente, a solene assertiva do Senhor Jesus, em sua oração intercessora em João 17:17... “A tua palavra é a verdade”. A Palavra de Deus é o “manual” preparado pelo Senhor para definir o papel da Igreja em todas as épocas.
O pecado, originário da ação danosa de Satanás para “roubar, matar e destruir” (João 10:10), anulou o homem para cumprir os propósitos de Deus ao criá-lo (Romanos 3:10-18). Mas a Graça e a misericórdia do Senhor operam, através da regeneração, o surgimento da nova criatura (2 Coríntios 5:17) para que, através da Igreja (Corpo de Cristo), tais propósitos sejam alcançados na realização plena da Sua Vontade.
Tudo isso foi estabelecido por Deus e por Ele revelado ao homem, através da Sua Palavra (o “manual” de Deus para a bênção da Igreja), com clareza de detalhes que não comportam dúvidas quanto à maneira de agir e a certeza dos resultados a serem alcançados, nas orientações sábias do Espírito Santo.
Louvamos a Deus pela Sua Palavra! Pena que não esteja ela merecendo, como deveria, a atenção e a aplicação necessárias ao bom desempenho do papel da Igreja em nossos dias. Talvez esteja aí a razão maior do fracasso da Igreja em muitos dos seus alvos, definidos pelo Senhor na Sua Palavra.
Lamentavelmente, o usuário nunca se preocupa em ler o “manual” do equipamento que adquire e, por isso, não sabe usá-lo, ou o usa mal e inadequadamente, anulando o proveito que poderia tirar do mesmo, tornando-o inútil. Em Efésios 2:19-20, Paulo fala da Igreja, concidadãos dos santos, família de Deus, a qual é edificada sobre o fundamento dos apóstolos e profetas.
O Senhor Jesus, referindo-se à edificação da Igreja, disse que “sobre esta pedra edificarei a minha igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela”. Essa base tinha a ver com a palavra de Pedro, que o Senhor Jesus afirmou ter sido revelada pelo Seu Pai, que estava nos céus: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mateus 16:16-18).
Em Lucas 24:44-47, vemos o Senhor Jesus, após a ressurreição e antes da ascensão, fundamentando os Seus discípulos para a grande obra da Igreja no mundo, com as Escrituras abertas. Diz o texto “que lhes abriu o entendimento para compreenderem as Escrituras”. E concluiu: “e vós sois testemunhas destas coisas” (v. 48). Relacionou tudo isso com o início da igreja quando afirmou: “eis que envio sobre vós a promessa de meu Pai; permanecei, pois, na cidade, até que do alto sejais revestidos de poder”; esse texto é evidente referência à extraordinária experiência relatada em Atos 2, quando teve o começo da gloriosa Igreja do Senhor na Terra.
Em 2 Timóteo 3:14-17, o apóstolo Paulo consigna a importância das Escrituras, Palavra inspirada por Deus (sopro de Deus), para efetuar o verdadeiro processo da capacitação do “homem de Deus, perfeitamente habilitado para toda a boa obra”.
Vivemos dias de distorções pecaminosas do que fala a Palavra de Deus, com omissões convenientes aos interesses humanos e planos satânicos, com vistas a anular a eficiência da atuação da Igreja no presente século. Temos que nos apegar à Verdade, a Palavra de Deus. É ela a ferramenta mais adequada para a edificação da Igreja.
O exemplo da experiência de Josué é muito oportuno. O Senhor o convocou para a grande missão de estabelecer o povo na terra que prometera no passado. A garantia do sucesso de Josué se fundamentava, exclusivamente, na sua correta e fiel atitude para com a Palavra de Deus (Josué 1:8).
Foi com a Palavra que o Senhor Jesus refutou as investidas de Satanás, quando O tentou de forma sutil, procurando anulá-Lo na Sua gloriosa missão redentora do homem (Mateus 4:1-11).
Paulo enfatiza a necessidade da comunicação correta da Palavra para o bom resultado de todo o ministério (2 Timóteo 2:2)
O Senhor Jesus afirmou a Nicodemos que o novo nascimento somente pode ocorrer pela operação da Palavra (água) e do Espírito (João 3:5). Disse, mais, o Senhor: “quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida” (João 5:24). Disse ainda o Senhor, que se as Suas palavras permanecerem em nós, pediremos o que quisermos e nos será feito (João 15:7). A pregação da Palavra de Deus é que opera a salvação; é o que os apóstolos fizeram para a expansão e edificação da Igreja (Atos 16:32; 18:11).
Em Atos 11:19-21, vemos como se expandiu a Palavra, apesar das perseguições, porque os que eram dispersos pregavam-na a qualquer preço, tanto a judeus como a gentios.
A Palavra de Deus é:
- A Verdade – João 17:17.
- Fiel e digna de toda a aceitação – 1 Timóteo 1:15.
- Santificadora – João 17:17.
- Alimento genuíno – 1 Pedro 2:2.
- Viva e eficaz – Hebreus 4:12.
- Poderosa – Hebreus 11:3.
- Orientadora – Salmo 119:105.
- Preservada da pecaminosidade – Salmo 119:11.
- Eterna – 1 Pedro 1:25.
- Formadora do caráter e capacitadora do homem de Deus, ensinando, repreendendo, corrigindo e educando-o – 2 Timóteo 3:14-17.
Como deve ser a nossa atitude para com a Palavra:
- Lê-la diariamente.
- Meditá-la.
- Estudá-la.
- Entendê-la.
- Memorizá-la.
- Cumpri-la (praticá-la).
- Obedecê-la, aceitando a sua disciplina.
- Pregá-la.
- Ensiná-la.
Creio que a Igreja está deixando de cumprir o seu papel no presente século porque não está dando à Palavra de Deus o lugar que ela merece para a sua eficiente atuação, segundo o propósito do Senhor. É muito oportuna a lição dos bereanos que “receberam a Palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as coisas eram, de fato, assim” (Atos 17:11).
Conclusão: No sublime e importante momento de Sua oração intercessora, a favor da Sua amada Igreja, o Senhor deixou o Seu apelo ao Pai para que a Igreja fosse santificada na Verdade, condição essencial de sua missão vitoriosa neste mundo, declarando ser a Palavra de Deus, a Verdade, fundamento de nossa fé, padrão único para a sua atuação e evidência inquestionável da Sua Soberana Vontade.