"Tragada foi a morte pela vitória. Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Graças a Deus que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo"
(1Coríntios 15:54b, 55, 57)
Novembro traz, novamente, o cenário sombrio do medo, da tristeza, da saudade, da frustração, da desesperança, da incapacidade e da impotencialidade humanas, perante a contundente e inevitável derrota imposta ao homem pela realidade da "morte"!
O sentimento de derrota, que se repete a cada ano, prevalece porque o homem não crê nas verdades bíblicas que expõem os motivos dessa melancólica realidade, da certeza da RETUMBANTE VITÓRIA SOBRE A MORTE e da eternidade com Deus. A incredulidade do homem, fomentada por satanás, cegou-lhe o entendimento (2Co.4:4).
A magistral exposição de Paulo sobre a certeza da "ressurreição" do corpo, em 1Coríntios 15, que é fundamento notável da nossa Fé cristã, conduz-nos a importantes reflexões sobre a RETUMBANTE VITÓRIA SOBRE A MORTE e a expectativa real da habitação com Deus na eternidade, no pleno usufruto dessa vitória, alcançada pela Graça de Deus, através da Obra Redentora de nosso Senhor Jesus Cristo.
Anula, totalmente, os sentimentos negativos, avivados no Dia de Finados, que o calendário humano teima em repetir, como afirmação desoladora dos sentimentos derrotistas que a morte impõe e que fazem parte da triste experiência dos que não têm Fé, vivendo alienados dos ditames da Palavra Deus. Vejamos:·
- O aguilhão da morte é o pecado (v. 56a) - O "aguilhão" é uma ponta de ferro, um ferrão. Espécie de dardo retrátil em que termina o último anel do abdômen de alguns insetos, como as vespas, abelhas, etc (Aulette). É, no trecho referido (gr. kentron), uma citação da canção triunfante em Oséias 13:14. É uma figura baseada na picada venenosa do escorpião, como símbolo do poder de causar dano e destruir. Causa dor. O aguilhão não é a morte, mas o pecado não perdoado. Foi o pecado que nos sujeitou ao poder da morte. Foi o pecado de Adão que provocou a sua morte e, em última análise, a nossa (Rm.5:12). O aguilhão da morte é o pecado, porque através dele a morte ganha autoridade sobre o homem. O pecado é arquitetura satânica para separar o homem de Deus (morte), roubando-lhe os valores espirituais que garantem a sua felicidade eterna, destruindo o projeto divino da utilização do homem no sublime propósito do Criador (Jo.10:10a).
- A força do pecado é a lei (v. 56b) - A lei de Deus define e dá força ao pecado, porque revela o nosso pecado e nos condena, irreversivelmente, por causa dele. A força do pecado é a lei porque a lei excita o pecado (Rm.5:12; 7:8-11). A morte física é a punição pelo pecado. É, também, o símbolo da morte espiritual, que separa o homem definitivamente de Deus, porque todos pecaram. A lei de Deus é fundamentalmente boa, mas o seu resultado é expor o poder do pecado. É o pecado, e não a lei, que o expõe, que engana e mata (Rm.7:11-12). A lei de Deus: (1) revela a vontade de Deus; (2) expõe, com clareza, o padrão ético de Deus para o comportamento humano; (3) estabelece as conseqüências irreversíveis da desobediência humana aos seus ditames.
- Graças a Deus, que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo (v. 57) - O cenário dantesco que a pecaminosidade produziu, de derrota e morte, foi totalmente desfeito pela Obra Gloriosa da Redenção. Funcionou aí, plena, eficiente e definitivamente, a arquitetura da Graça de Deus. A execução do projeto, de desfazimento da arquitetura satânica, foi eficazmente realizado por Jesus Cristo, que culminou com a Sua própria Ressurreição. Aleluia! Ele venceu a morte! Por isso Paulo proclama: “Tragada foi a morte pela vitória!”. E nos conclama a dar "Graças a Deus", porque essa foi uma conquista da manifesta Graça de Deus e não nossa (Jo.10:10,28; 11:25). É nos outorgada pela Fé (1Jo.5:4b). É nossa a RETUMBANTE VITÓRIA SOBRE A MORTE. Gloriosa é a declaração do Senhor Jesus: "Porque eu vivo, vós também vivereis" (Jo.14:19).
O Dia de Finados não nos diz respeito! Deve ser a grande oportunidade para a Igreja, que aguarda a redenção do corpo (Rm.8:23), de proclamar a gloriosa mensagem da RETUMBANTE VITÓRIA SOBRE A MORTE! Pena que isso não está acontecendo.
A falta de visão e de fé leva muitos a se distraírem, enclausurados, com incompreensíveis filigranas teológicas, que mais afirmam sérias vacilações no exercício de sua fé e no conhecimento das verdades bíblicas. Além disso, manifesta repreensível falta de confiança na total dependência do Senhor e nas Suas infinitas possibilidades de atuação e de provisão na realização dos “impossíveis” (Ef.4:21). Pelas preocupações reprováveis com o temporal e o material, incompatíveis com a fé cristã autêntica, deixam de ter a correta compreensão da RETUMBANTE VITORIA SOBRE A MORTE e do dever de proclamá-la aos que vivem a triste experiência da derrota e da desesperança!
Que saudades dos tempos em que, no Dia de Finados, entusiasmados, proclamávamos A RETUMBANTE VITÓRIA SOBRE A MORTE, percorrendo cemitérios, locais de comoção, tristeza e desesperança, liderados por legítimos homens de Deus, com a plena consciência da verdadeira missão da Igreja de Cristo na terra, e que não perdiam tempo com vulgaridades, mas foram dignos exemplos de como viver pela fé, na fé e para a fé!
Muitos deles já foram, mas ainda falam fortemente, com a linguagem do digno exemplo que nos deixaram de atuação singela, e serviço fiel e competente, na força e na sabedoria do poder do Espírito Santo, desprovidos de formalismos, intelectualismos, academismos e formulações regulamentares de métodos e de práticas religiosas, que nada têm a ver com a autêntica espiritualidade, tão desejada pelo Senhor.
Preocupavam-se, apenas, com que, os que compunham o corpo da igreja local a que pertenciam, manifestassem ampla atuação evangelística, cumprindo a sua santa missão de proclamar, coletiva e individualmente, A RETUMBANTE VITÓRIA SOBRE A MORTE!
É expressiva e oportuna a exortação conclusiva que Paulo nos deixa ao final dessa magistral exposição da RETUMBANTE VITÓRIA SOBRE A MORTE. É um forte apelo sobre o que devemos “SER” e o que devemos “FAZER” perante esse majestoso fato, fundamento básico e estrutura irremovível de nossa fé e de nosso testemunho como cristãos autênticos:
“Portanto, meus amados irmãos, SEDE firmes, inabaláveis, e sempre abundantes na OBRA DO SENHOR, sabendo que, NO SENHOR, o vosso trabalho não é vão" (v .58).