"Achamos o Messias"
(João 1:41b)
Abril é um mês de grande importância histórica. Foi nesse mês, lá pelos idos de 1500, que os valentes e ousados patrícios portugueses, aventurando-se em notáveis ações desbravadoras, singraram os mares nunca dantes navegados, seguindo perigosas rotas até então desconhecidas, para descobrirem, entre outras novas terras, o nosso querido Brasil.
Que grande descoberta! As memoráveis descobertas de novas terras, nessa época, marcaram nos anais históricos a chamada fase das grandes descobertas, de importância capital para o novo mundo que se abriu. Descobertas são muito importantes, em qualquer época e em qualquer área da experiência da vida humana. Muitas delas têm mudado o curso da história e aberto novas perspectivas para o rumo da humanidade em todos os campos do conhecimento e das realizações humanas.
Boas descobertas definem as convicções e as escolhas indispensáveis ao usufruto da felicidade pessoal, familiar, social, profissional e a outros títulos. Más descobertas levam a resultados funestos nessas mesmas experiências de vida, seja individual ou coletivamente.
Em João 1:29-45, encontramos o relato da “Grande Descoberta” que André, irmão de Simão Pedro, e João, o evangelista, fizeram e com muito entusiasmo proclamaram. Eram eles assíduos discípulos de João Batista, precursor de Jesus Cristo, aprendendo com muita atenção os seus ensinos e a forte exortação a respeito da necessidade do arrependimento e do abandono da hipocrisia e da prática pecaminosa, tão a gosto dos "líderes religiosos" da época.
Mas o que aconteceu de mais importante, em razão desse proveitoso convívio com o profeta do deserto, foi a “Grande Descoberta”: Jesus Cristo! André não se conteve e logo foi, alegremente, proclamá-la a seu irmão Simão Pedro: "Achamos o Messias" (v.41b); e logo a cadeia de "descobridores" foi se formando com Filipe, Natanael e outros. A Natanael disse Filipe: "Achamos aquele de quem Moisés escreveu na lei, e a quem se referiram os profetas: Jesus, o nazareno, filho de José".
Na verdade, todo o ministério de João Batista foi preparatório para que o mundo pudesse fazer essa “Grande Descoberta”, consoante as Escrituras proféticas. Não há "descoberta" mais importante do que essa! Sei que muitos afirmam tê-la feito. Mas será isso verdade?
Essa "Grande Descoberta" não implica no conhecimento intelectual ou religioso da Pessoa e da empolgante história de Jesus Cristo. André e João, à luz do texto aludido, nos ajudam a perceber o que é necessário para a Grande Descoberta. Vejamos:
- COMUNICAÇÃO CERTA: "os dois discípulos, ouvindo-o dizer isto" (v.37a) - A “Grande Descoberta” só foi possível porque tiveram a "comunicação certa", pela palavra do profeta, apresentando-lhes Jesus Cristo, único meio pelo qual podiam obter a redenção: "Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo" (vv. 29 e 36). A gloriosa mensagem da Redenção, afinal, lhes fora corretamente comunicada! Creram nela e, pela fé, fizeram a “Grande Descoberta” (Rm.10:17). Cuidado! "Ouvir" não é apenas "escutar", mas crer nas verdades proclamadas pela comunicação certa.
- COMPORTAMENTO CERTO: "seguiram Jesus" (v.37b) - A única atitude a ser assumida, depois de crermos na mensagem corretamente comunicada, que nos apresenta Jesus como Caminho exclusivo para alcançarmos as bênçãos espirituais, é a de segui-Lo. Cristianismo autêntico é aquele que compromete o cristão com esse comportamento certo. Se andarmos longe de Cristo, privamo-nos de extraordinárias descobertas de valor espiritual indizível! Foi sempre essa a séria recomendação do Senhor aos que se tornaram Seus discípulos: "Segue-me" (veja 1Pd.2:21). Segui-Lo implica em: a) abdicar o que sou, o que penso e o que possuo; b) aceitar os seus métodos e o seu comando; c) praticar o que Ele ensina (veja Jo.10:27).
- COMPANHIA CERTA: "e ficaram com Ele" (v.39) - É essencial "ficarmos com Ele", buscando manter plena e permanente comunhão com o Senhor para que façamos singulares descobertas, jamais comparáveis às conquistas do nosso conhecimento natural. O Senhor aprovou a atitude de Maria, que ficou aos seus pés, ouvindo-Lhe os ensinos, chamando-a de "escolha da boa parte". Os discípulos de Emaús O descobriram porque Lhe pediram para ficar com eles (Lc.24:29). A companhia d’Ele implica em: a) aprender d’Ele; b) viver com Ele; e c) viver para Ele.
Não devemos esconder, egoisticamente, a "Grande Descoberta", mas é dever nosso proclamá-la aos que ainda não a fizeram, levando-os a Jesus. André não só a revelou a seu irmão Simão Pedro, como também o levou a Jesus, e Simão Pedro fez a "Grande Descoberta" (vv.41-42). Assim também agiu Filipe (v.45). Façamos o mesmo, um dia O Senhor nos cobrará!