Conte-me mais sobre a igreja (4)

 

Uma versão editada dos
Princípios da Igreja no Novo Testamento de Arthur G. Clarke
Autorização concedida pela John Ritchie Christian Publications
Traduzido por R. David Jones

 

 CAPÍTULO 4

A Ceia do Senhor

Vimos que o Senhor Jesus deu duas ordenanças para a Igreja - o batismo e a Ceia do Senhor. O batismo é para um crente individual apenas uma vez. A Ceia do Senhor é para uma assembleia de crentes celebrá-la muitas vezes e continuar regularmente.

"A Ceia do Senhor" (1 Coríntios 11:20) também é chamada de "partir do pão" ( Atos 2:42 ). Estas palavras também descrevem a ingestão de uma refeição comum, como em Atos 2:46 ; 20:11 ; 27:35-36 e compare com Marcos 6:41. Na igreja primitiva, no entanto, "o partir do pão" veio a significar participar da Ceia do Senhor. Alguns a têm chamado de "comunhão", tomando a palavra de 1 Coríntios 10:16. Comunhão significa "coparticipação", e envolve a coparticipação com Deus e o Seu povo. Outros a têm chamado de "Eucaristia", que significa "ação de graças", e isso também é uma parte importante dela. Mas os melhores nomes para esta importante ordenança são a Ceia do Senhor ou o Partir do Pão.

A INSTITUIÇÃO DA CEIA DO SENHOR

O próprio Senhor Jesus instituiu esta celebração. Quatro vezes no Novo Testamento lemos sobre isso: Mateus 26:26-30; Marcos 14:22-26; Lucas 22:14-23; 1 Coríntios 11:17-34. Adicionando três outros ( Atos 2:42; 20:7; 1 Coríntios 10:16-17) temos um total de sete referências. O comando de nosso Senhor, "fazei isto", foi dito duas vezes e registrado três vezes.

Estas Escrituras indicam claramente como os primeiros discípulos mantiveram a Ceia do Senhor. Outros escritos dos séculos I e II também mostram o quão importante essa ordenança era entre cristãos e quão amplamente foi observada. Infelizmente as igrejas logo deixaram a simplicidade do padrão original e, gradualmente, um ritual muito elaborado foi desenvolvido em certos círculos. Ela ainda chegou a ser combinada com práticas pagãs. Foi chamada de "um meio da graça", indicando que ao participar desta cerimônia, uma pessoa poderia receber a graça de Deus para a salvação. Isto é, naturalmente, totalmente errado - a salvação é pela fé em Cristo somente, e não por qualquer coisa que possamos fazer.

Somente os verdadeiros crentes no Senhor Jesus têm o direito de participar da Ceia do Senhor. Atos 20:7 mostra que eram "os discípulos" que se reuniam para partir o pão. Atos 2:41-42 diz: "foram batizados os que receberam a sua palavra... e perseveravam... no partir do pão". São os crentes que estão firmes na fé e consistentes em sua caminhada que devem participar (1 Coríntios 5:11; 2 João 9-11; Tito 3:10-11; 2 Tessalonicenses 3:6,14). Cada crente deve fazer um verdadeiro exercício pessoal de coração para lembrar o Senhor como Ele ordenou. Um convite geral para que qualquer um participe da Ceia não é apropriado.

O SIGNIFICADO DA CEIA DO SENHOR

A Ceia do Senhor é significativa em pelo menos sete aspectos.

1. É um Encontro de Sua Igreja ( 1 Coríntios 11:17-21 ).

É uma reunião especial da igreja, uma característica central do culto cristão. Isto é visto em Atos 20:7. A palavra aqui traduzida como "reunido" sempre se refere a uma reunião de crentes, que ocorre sete vezes em 1 Coríntios 11 e 14.

Em Trôade os discípulos se reuniram para o fim especial de partir o pão. Eles não se reuniram para ouvir Paulo, o pregador bem conhecido. A lembrança do Senhor era central em seus corações e mentes. O partir do pão não é um encontro menos importante ou uma parte extra de algum outro culto.

A Ceia expressa a unidade do corpo de Cristo, a Igreja. Há uma união espiritual de seus membros individuais com a Cabeça ressuscitada no céu e uns com os outros. Essa comunhão dentro do corpo é demonstrada em um só pão (1 Coríntios 10:16-17), ao mesmo tempo em que é um símbolo claro do próprio corpo precioso de nosso Senhor que foi dado por nós (1 Coríntios 11:24).

2. É um Memorial da Sua Pessoa (1 Coríntios 11:24-25).

O mandamento do Senhor: "fazei isto", mostra que a ocasião não é simplesmente para recordar o passado, mas é um ato de celebração presente. Não estamos só lembrando a Sua morte, estamos nos lembrando d’Ele ("em memória de mim"). Não devemos comparar a Ceia do Senhor com um culto em memória de um herói morto ou de um mártir em alguma grande causa.

Nós nos reunimos no primeiro dia da semana, o dia da ressurreição do Senhor, e não no dia da Sua morte. A nossa é uma alegre celebração de Alguém que, tendo terminado a obra da salvação na cruz, ressurgiu triunfante da tumba e ascendeu à mão direita de Deus. Ele é lembrado, portanto, não como Alguém há longo tempo ausente, mas como Aquele que sempre vive e está presente com o Seu povo, segundo a Sua promessa graciosa (Mateus 18:20).

3. É um Símbolo de seu Amor (1 Coríntios 11:23).

Nosso Senhor instituiu a Ceia na noite em que foi traído. No entanto, Seus pensamentos eram mais sobre os Seus discípulos entristecidos do que sobre Seus próprios sofrimentos - ver João 13:1. O amor se deleita em servir e dar (Mateus 20:28; Lucas 22:19; João 10:11). O amor se mede pela extensão do Seu sacrifício. À medida que participamos da Sua Ceia, podemos perceber novamente as profundezas do Seu amor, e nossa devoção a Ele certamente se tornará mais profunda.

4. É um Sinal da Sua Aliança (1 Coríntios 11:25; Lucas 22:20).

Toda aliança divina na Escritura tem seu sinal distinto. Por exemplo, o sinal da aliança dada a Israel por meio de Moisés foi o sábado semanal (Êxodo 31:13,17; Ezequiel 20:12,20). O sinal da Nova Aliança é o cálice do qual participamos na Ceia. Ele simboliza o sangue derramado pelo Salvador para selar essa aliança (Hebreus 9:15-22). Temos mais ensino sobre a Nova Aliança em Hebreus 7:22; 8:6-13; 10:16-18; 12:24; 13:20 e 2 Coríntios 3:6-18. Ver também a nota no rodapé [1].

5. É participar da Sua Festa (1 Coríntios 11:26 - "comerdes ... beberdes").

Na Ceia podemos expressar a alegria da reconciliação com Deus (Lucas 15:22-24), possível apenas por causa da morte de Seu Filho por nós (Romanos 5:10-11). O próprio Cristo é o anfitrião invisível e o Governador da festa (compare com João 2:9). Cada um de nós, pessoalmente, vai participar tanto do pão como do cálice, como demonstrado pelas quatro palavras: "tomem - comam - bebam - façam" (grego epô lambanô – fagô – pinô an – poieô). Ela pode ser comparada com a oferta pacífica do Velho Testamento (Levítico 3 e 7). A pessoa que a oferecia, sua família e amigos, todos festejavam sobre a sua porção do sacrifício, desfrutando a reconciliação com Deus.

A Ceia do Senhor contrasta com a mesa do Senhor (1 Coríntios 10:21). A "mesa" representa toda a provisão que o Senhor faz para Seu povo redimido. Fala de graça abundante e suprimento generoso (2 Samuel 9:7, 10-11,13). Ela nada nos custa, mas Ele pagou um preço imenso. Nesta "mesa" o crente está sempre "sentado" (compare com Salmo 23:5). Mas só na hora determinada vamos nos assentar na Ceia do Senhor.

1 Coríntios 10 contrasta a "mesa do Senhor", com a "mesa dos demônios". Esta é a provisão que o diabo faz para os seus seguidores. O cristão não deve ter qualquer comunhão com essa mesa. Isso poderia enfraquecer nosso testemunho de Deus perante o mundo ou levar um irmão mais fraco para longe do Senhor (ver vs. 25-33).

6. Ela proclama a Sua Morte (1 Coríntios 11:26).

A Ceia anuncia a todos a mensagem do Evangelho (veja 1 Coríntios 15:3-4). A palavra grega em 11:26 para "anunciar" é usada em 2:1; 9:14 e em outras partes do Novo Testamento. Significa também "pregar ou proclamar". Já vimos que o batismo é uma apresentação visível do Evangelho, com ênfase sobre a ressurreição de Cristo. A Ceia focaliza a atenção sobre a Sua morte. A separação do pão e do cálice, representando o Seu corpo e o Seu sangue, sugere que à medida que comemos e bebemos, podemos anunciar a Sua morte. Tanto o batismo como a Ceia do Senhor dão um vívido testemunho do Evangelho.

7. Ela aponta para Sua Vinda (1 Coríntios 11:26).

Devemos continuar a partir o pão "até que Ele venha". Olhamos para trás e para frente. A gloriosa esperança do crente é a vinda do Senhor. Quando formos para estar com Ele não precisaremos nos lembrar d’Ele na Ceia, mas enquanto esperamos por Ele, não devemos negligenciá-la.

A CELEBRAÇÃO DA CEIA DO SENHOR

Quando mantemos a Ceia do Senhor de acordo com o padrão bíblico, o ponto principal é a simplicidade. Na cristandade, os muitos erros e rituais têm obscurecido o seu significado original e seu propósito. A princípio foi observada pelos cristãos junto com uma refeição social, mais tarde chamada festa de amor (Judas 12; 2 Pedro 2:13). Mas por causa de possíveis abusos da Ceia do Senhor, é melhor que seja realizada à parte das refeições comuns (ver 1 Coríntios 11:34). O verdadeiro caráter da Ceia pode ser prejudicado pela nossa negligência (1 Coríntios 11:20-22).

Para a celebração da Ceia, a Palavra de Deus evita estabelecer leis. Assim existe margem para liberdade cristã dentro dos seguintes princípios:

1. Dia e hora: o primeiro dia da semana

As palavras "todas as vezes" (1 Coríntios 11:25-26) significa que é celebrada com frequência, não só uma ou duas vezes por ano, ou até mesmo uma vez por mês. Atos 20:7 indica uma prática regular de reunião, no primeiro dia da semana, para a finalidade específica de partir o pão. Paulo chegou a Trôade na segunda-feira anterior. Apesar de sua viagem ser urgente (v. 16), ele esperou até o dia do Senhor para partir o pão, depois partiu sem mais demora (vs. 11, 13).

É significativo que nosso Senhor apareceu pela primeira vez aos Seus discípulos no Seu dia da ressurreição e em outros primeiros dias da semana. O primeiro dia é um símbolo de uma nova criação. O sábado judeu (sétimo dia) olhava de volta para a velha criação (Gênesis 1 e 2). A Ceia do Senhor e o dia do Senhor, estão ligados entre si pela palavra grega kuriakos, “pertencente ao Senhor", que ocorre apenas em 1 Coríntios 11:20 e Apocalipse 1:10 . O caráter especial deste primeiro dia da semana é demonstrado também em 1 Coríntios 16:1-2.

A palavra "ceia" não indica a hora do dia. "Ceia" geralmente significa uma refeição, por vezes, uma refeição especial para comemorar um evento importante. A lembrança do Senhor deve ter o primeiro lugar na adoração coletiva de uma igreja.

2. Elementos: pão e cálice

Na refeição da Páscoa, Cristo instituiu a Sua Ceia. Ele tomou um pão e um cálice (presumivelmente de vinho), substâncias prontamente disponíveis. A ênfase do Novo Testamento nunca está na composição do pão e do conteúdo do "cálice", mas sempre no "pão" e no "cálice" como símbolos adequados da morte de Cristo. A composição do pão e o conteúdo do cálice não são importantes (pães de trigo e suco de uva não são encontrados em alguns países), mas o uso de pedacinhos de pão e copinhos individuais destrói o verdadeiro significado da Ceia como sendo uma comunhão do único corpo de Cristo [1].

Se o pão for grande e duro, ele será quebrado antes de ser distribuído. Os crentes "quebram" o pão individualmente no sentido de participar (1 Coríntios 10:16-17). Se o vinho for colocado em um copo, o derramamento não tem nenhum significado especial. Quaisquer rituais, ou o uso de algum tipo especial de palavras, devem ser evitados. Insistir sobre tais detalhes sem importância só traz distração e até mesmo a desunião entre os crentes.

Como em todas as reuniões da Igreja, não há nada secreto sobre a Ceia do Senhor. Na verdade a observação por outros deve ser incentivada, não como as práticas de certas seitas que vieram dos mistérios do paganismo.

3. Distribuição: sem presidentes oficiais

Em 1 Coríntios 11 a 14, onde a ordem de serviço cristão é descrita, percebe-se que não há presidente, líder ancião ou outra pessoa nomeada para "oficiar". Qualquer reivindicação de ter autoridade especial para distribuir o pão e o cálice é contrária à Palavra de Deus. Mesmo os apóstolos não tinham qualquer “status oficial” a esse respeito. Eles simplesmente tomavam o seu lugar com o resto dos santos. Na Ceia todos são iguais perante o Senhor.

4. A participação no culto

Em 1 Coríntios 11 a 14, os regulamentos divinos são dados para o uso dos dons espirituais, incluindo a observância da Ceia do Senhor. As palavras características são "reunir", "dar graças", "toda a igreja". A responsabilidade dos que participam publicamente é enfatizada pelo uso de verbos no imperativo nada menos que vinte e uma vezes no capítulo 14. A participação audível deve ser feita por pessoas espirituais que têm compreensão espiritual (1 Coríntios 14: 14-15, 19-20). O culto deve ser conduzido pelo Espírito Santo. Se não se andar pelo Espírito durante a semana, não se pode esperar ser conduzido pelo Espírito na Ceia. Um irmão não deve dirigir a adoração audível impelido por impulso emocional, zelo pouco inteligente, ou desejo carnal para exibir algum dom. Esses erros foram todos encontrados na igreja de Corinto.

1 Coríntios 14 dá alguns princípios orientadores que se aplicam às reuniões da Igreja, e especialmente à Ceia:

  • nem todos devem participar oralmente (v.26 é irônico), especialmente as mulheres (v.34);
  • as mensagens devem ser limitadas a duas ou três, e devem ser dadas cada uma por sua vez (v. 27,31);
  • deve-se falar em idioma tanto ouvido como compreendido (v.6-11);
  • devida consideração deve ser dada a outras pessoas com dons ali presentes (v.30-31);
  • o dom deve estar sob auto-controle (v.32-33), e outros devem julgar a adequação do que é dito, não quem tomou a palavra (v.29);
  • o objetivo dos que tomam a palavra deve ser sempre a edificação dos santos, um ministério construtivo e não destrutivo (v.12, 26), sempre lembrando que cinco palavras oportunas podem instruir os outros no espírito de adoração (v.19 ), enquanto que o muito falar pode distrair;
  • tudo deverá a ser feito decentemente e com ordem (v.40).

5. Como estar preparado para a Ceia

Muitas vezes, podemos não nos sentir dignos de participar da Ceia, mas nosso Senhor já nos equipou para isso. No entanto, é errado participar de forma indigna, como descrito em 1 Coríntios 11:27-32. Um comportamento extremo como esse pode ser raro, mas, infelizmente, a irreverência e a formalidade sem sentido são mais comuns. Uma comunhão dividida, um espírito desagradável, pensamentos que distraem e movimentos perturbadores são todos indignos da presença do Senhor. Uma consciência contaminada também dificulta a lembrança e a adoração. Portanto, devemos examinar a nós mesmos antes de vir (v. 28), isso tira todas as desculpas para ficar longe da Ceia. O pecado consciente deve ser julgado, confessado e purificado (1 João 1:9), caso contrário o Senhor poderá nos castigar. No entanto, o julgamento indicado no v. 29 é passageiro e não eterno [2].

ERROS SOBRE CEIA DO SENHOR

Alguns pecados graves e práticas erradas têm destruído a simplicidade original da Ceia do Senhor. Aqui estão alguns para estarmos cientes.

1. Transubstanciação

Esta é uma doutrina da Igreja Católica Romana. Ela afirma que "no instante da consagração” (pelo sacerdote oficiante) os elementos são transformados naquele corpo que nasceu da virgem; apenas a aparência externa permanece como antes. Para citar ainda, "é oferecido a Deus um sacrifício certo, adequado e propiciatório pelos vivos e os mortos".

Essa é a chamada Missa. Tem um ritual e cerimônia complexos. Quando os elementos são levantados, os que participam dos elementos da missa adoram a Cristo como se estivesse realmente presente neles. Mas como podem pão e vinho normais realmente tornarem-se na carne e no sangue de Cristo, quando algum sacerdote oficial diz algumas palavras especiais? Quando nosso Senhor disse: "Este é o meu corpo", Ele só queria dizer que "isto representa o meu corpo" porque o Seu corpo vivo de verdade estava ali na sala, ao lado deles, naquele momento.

O que era para ser uma recordação da morte do Senhor Jesus pelo pecado se transforma em uma cerimônia que reivindicam prover salvação para aqueles que dela participam. Tudo isso é claramente contrário ao ensino das Escrituras, como vemos em Hebreus 7:27; 9:14; 10:10-14, e é realmente uma blasfêmia. O trabalho de nosso Senhor para aniquilar o pecado foi terminado na cruz. Nenhum outro sacrifício para o pecado é necessário nem pode ser eficaz.

Consubstanciação

Esta é uma doutrina luterana que data da Reforma. Consubstanciação ensina que Cristo está corporalmente presente com os elementos no momento de partilhar. Isto é apenas um pouco diferente da transubstanciação e também é errado. A presença corporal de Cristo hoje está no céu, como um homem glorificado à direita de Deus. Sua presença espiritual está conosco na Igreja sempre que nos reunimos em Seu nome para partir o pão ou para qualquer outra finalidade.

Em relação a isso, algumas Escrituras são muitas vezes aplicadas de forma errada à Ceia do Senhor. Por exemplo, em João 6:48-58 o Senhor Jesus fala de "comer a sua carne e beber seu sangue". Isto não se refere à Ceia – ela não tinha sido instituída na época. O ensino de João 6 é baseado na maneira que Cristo alimentou cinco mil homens com pão e peixe. O "comer" do v. 51 está relacionado com o fato de Cristo ser o "pão da vida". Para obtermos aquela vida eterna devemos "comer" (ou participar) do pão da vida pela fé - isto é, crer n’Ele (v. 54).

1 Coríntios 5:7-8 fala de "celebrar a festa." Isso também não se refere a manter a Ceia do Senhor em um dia do Senhor. A Páscoa é figura do sacrifício de Cristo como o Cordeiro de Deus. A festa de sete dias dos pães ázimos imediatamente se lhe seguiu e representa toda a vida cristã. "Celebrar a festa" significa que toda a nossa vida deve ser mantida livre de todo o “fermento” espiritual, livre de malícia em nossos motivos e maldade em nossa conduta a cada dia. Um só nome, Páscoa ou Pães Ázimos, foi muitas vezes utilizado para se referir a ambas as festas (Lucas 22:1; Marcos 14:12 com Levítico 23:5-6).

Nota de rodapé 1

Em 1 Coríntios 10:16 o cálice é mencionado antes do pão porque esta é a ordem da experiência do crente - aceitando o valor do sangue de expiação de Cristo (o cálice) dá participação no Corpo de Cristo (Efésios 1:22-23). Em 1 Coríntios 11:23-26, temos a ordem em que o pão e o cálice são usados na observância da Ceia.

Nota de rodapé 2

O conhecimento da falha de outra pessoa não altera a nossa obrigação de estar na Ceia. Se estivermos envolvidos pessoalmente, os procedimentos apresentados em Tiago 5:16 e Mateus 18:15, também Mateus 5:23-24, devem ser seguidos. No cenáculo nosso Senhor preparou Seus discípulos para a Ceia, lavando os seus pés, um ato de profundo significado, como demonstrado no contexto (João 13:1-10).

PARA ESTUDO ADICIONAL

  1. Leia cuidadosamente 1 Coríntios 10:16-21 e 11:20-34, e anote as diferenças entre a mesa do Senhor e a ceia do Senhor.
  2. Anote alguns contrastes entre o batismo e a Ceia do Senhor.
  3. Quais são as diferenças entre a Páscoa e a Ceia do Senhor?
  4. Quem deve participar da Ceia do Senhor? Quem deve liderar a adoração pública? Quem deve distribuir o pão e o cálice? Dar razões bíblicas para suas respostas.
  5. Explique o que se entende por comer e beber em João 6:51-58? Ao que não se refere? Por quê?

PONTOS PARA LEMBRAR

Na Ceia do Senhor: 

  • Nossa vontade se submete à autoridade do Senhor.
  • Obedecemos à Sua ordem: "Fazei isto"; nosso coração responde ao Seu amor.
  • Somos dedicados à Sua pessoa, a nossa fé aprecia a Sua graça.
  • Somos verdadeiramente gratos a Ele, nosso espírito responde à Sua divindade.
  • Nós lhe prestamos culto e O adoramos, o amor fraternal responde ao Seu parentesco.
  • Compartilhamos a verdadeira coparticipação ou comunhão; a esperança responde à Sua promessa.
  • Prevemos o Seu breve retorno; a consciência responde a Sua santidade.
  • Examinamos a nós próprios e somos restaurados

 

autor: Bert Cargill.