Ageu 2:1-9
II - ENVOLVIMENTO ATIVO (vv.4-5)
Para o verdadeiro sucesso há necessidade de envolvimento ativo e não mero entusiasmo. Nos vs. 4-5 Ageu sugere três idéias válidas e de necessária aplicação:
a) Para termos esse ENVOLVIMENTO ATIVO, devemos dispor perante o Senhor todas as nossas energias e recursos próprios, permitindo-Lhe a realização dos Seus alvos para a nossa vida. Nada lhe recusar. Colocar tudo que somos e dispomos disponíveis ao Seu pleno uso. Veja, no texto, as expressões “sê forte” (três vezes) e “trabalhai”. Não apenas “ser”, mas “fazer”. Nota-se, nessa maneira de Ageu exortar, a imperiosidade do envolvimento ativo e não do mero entusiasmo. Da mesma maneira Paulo, em Rm.12:1-2, nos exorta, com rigor, quanto à necessidade do nosso envolvimento ativo na obra do Senhor: “Rogo-vos, pois, irmãos ... que apresenteis os vossos corpos em sacrifício... para que experimenteis qual seja a boa perfeita e agradável vontade de Deus.” Aí destacamos alguns aspectos importantes do envolvimento ativo:
1 – O verbo “apresentar”, aí tem um duplo sentido: em primeiro lugar, de “dispor-se”, isto é vontade própria de disponibilidade total do nosso corpo para o Senhor poder usá-lo; e, em segundo lugar, de “submeter-se, isto é uma vontade própria de aceitar o comando total do Senhor em tudo. Está claro, no texto, que tal apresentação do corpo implica em duas coisas fundamentais: primeiro, a não conformação com o mundo (“não vos conformeis com este século”); segundo, dimensão espiritual da mente, só possível na plenitude do Espírito – Ef.5:18 - (“transformai-vos pela renovação da vossa mente”).
2 – O verbo “experimenteis” descreve o resultado daquele tipo de apresentação do nosso corpo perante o Senhor. Trata-se da experiência gloriosa “da boa, agradável e perfeita vontade do Senhor”. Não da nossa vontade. O verbo “experimentar” tem, também, duplo sentido: primeiro, capacitação espiritual para realizar a obra de Deus; segundo, efetiva utilização pelo Senhor.
b) Esse ENVOLVIMENTO ATIVO não se demonstra, apenas, pela “presunção pessoal” de nossa “auto-suficiência”. A presunção pessoal é comportamento que anula a obra do Senhor, pois O aliena das realizações. Conduz-nos à falta de solidariedade, ao trabalho isolado e personalista, sem dúvida indesejável ao bom sucesso da obra do Senhor. Quando pensamos que podemos tudo não estamos exercitando o envolvimento ativo, mas exercendo a nossa pecaminosa “auto-suficiência”, que nos levará, inevitavelmente, ao fracasso. Devemos, sempre, ter presente a preciosa lição do Senhor Jesus, em Jo.15:5: “sem mim nada podeis fazer”. Vale ler o ensino de Paulo a respeito da igreja como o corpo de Cristo em 1Co.12:1-31. O seu exemplo, também, nos é muito útil e está bem definido em Fp.4:13: “tudo posso naquele que fortalece”. Em 1Co.3:3-7 vemos, ainda Paulo, reprovando, firmemente, essa manifestação personalista pecaminosa, no ministério da igreja em Corinto, que levava a divisões, partidos e facções internos, tão prejudiciais à obra do Senhor. Que a lição nos sirva!
c) O ENVOLVIMENTO ATIVO será alcançado na dimensão ilimitada da manifestação da atuação de Deus através de nós, usando-nos apesar da limitação dos nossos recursos. Veja no v. 4: “porque EU SOU convosco”. No v. 5: “o meu Espírito habita no meio de vós; não temais”. Que recursos preciosos o Senhor nos oferece! Em Mt.28:20 fez Ele a promessa áurea do cristianismo ativo: “E eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos”. Essa gloriosa promessa tem destinatários certos: os que efetivamente assumem o serviço do Senhor com responsabilidade, sinceridade e fidelidade. Em Jo.14:15-18 o Senhor Jesus refere-se a outro suprimento indispensável ao testemunho cristão fiel: O Espírito Santo. Somos gratos ao Senhor por esse recurso notável! Esse recurso que o mundo “não pode receber, porque não no vê, nem o conhece”, nós conhecemos, porque ele habita conosco e está em nós. Não somos nem estamos órfãos! O ENVOLVIMENTO ATIVO implica na permissibilidade, de nossa parte, da participação ampla do Senhor no que fazemos. Demos abrir-Lhe espaço amplo em nós, para que a Sua possibilidade de atuação através de nós também seja ampla. Em que pese os recursos pessoais que dispomos serem precários e limitados, quando Lhe abrimos espaço para atuar, em nós e através de nós, o sucesso será, sem dúvida alguma, alcançado! Veja mais, o oportuno ensino apostólico a respeito, em Ef.3:14-21 (destaco aí a expressão: “sejais tomados de toda a plenitude de Deus” – v. 19); Ef.6:10; Fp.4:13.