Com este exemplar estamos entrando no sétimo ano de edição deste Boletim, neste formato, dos dez que completaremos em 10/06/2004.
Muitos são os motivos de gratidão ao nosso bondoso Deus que ao longo desses seis anos nos permitiu que milhares de relatórios, enviados por queridos irmãos e amadas igrejas locais, fossem divulgados através deste Boletim, não só na versão impressa, como também pela Internet. Sem Ele nada do que fizemos poderia ter sido efetuado, ao Senhor, portanto, todos os méritos pelos resultados alcançados através deste ministério.
Estendemos a nossa gratidão aos irmãos que mensalmente nos têm enviado artigos de grande edificação espiritual, aos irmãos que fazem parte da nossa equipe de trabalho - David, Grace e Robert Jones, na Inglaterra, e a Profa. Elisabete Sampaio, aqui no Brasil -, e aos irmãos e igrejas locais, do Brasil e do Exterior, que têm distribuído através de nós as ofertas vindas da parte do Senhor e destinadas aos servos que têm consagrado suas vidas à Sua Obra.
Dentre os relatórios que temos recebido, tem nos chamado a atenção o constante apelo de consagrados irmãos para que mais servos do Senhor venham a se dedicar em tempo exclusivo à gloriosa obra missionária em nosso imenso Brasil, tendo em vista a grande carência espiritual aqui existente.
Além desses apelos, o que nos têm deixado de certa forma apreensivos são os pedidos de socorro vindos de algumas localidades onde os trabalhos estão na iminência de serem encerrados pelo fato de não terem quem dê continuidade àqueles ministérios locais, e muitos de nós sabemos da enorme dificuldade que é o início de um trabalho pioneiro.
Nunca é demais lembrarmos da igreja que se reúne em Recreio, Minas Gerais, onde temos o irmão Aristeu Amorim de Araújo, que se dedica à obra há mais de 50 anos, mas atualmente se encontra paralítico e não que há quem o ajude naquele ministério local (publicado no Boletim 71, de dezembro/2003), e dos trabalhos em Costa Marques, Rondônia, que, em meio a muitas lágrimas, a irmã Flor de Lice Batista suplica: “irmãos obreiros, este é um pedido de socorro” (publicado no Boletim 70, de novembro/2003).
Vez por outra ouvimos vozes que se levantam, com o melhor dos propósitos, asseverando que o Brasil tornou-se o atual celeiro mundial para o envio de missionários para outros países. Tal afirmação pode nos levar a entender que este nosso gigantesco país já é auto-suficiente e que todos os rincões brasileiros já foram alcançados pelo Evangelho. Há até aqueles que afirmam que as entidades satânicas estão preocupadíssimas com essa suficiência brasileira, se for verdade então confirma-se que o inverso é verdadeiro, ou seja, que somos hipossuficientes, pois o diabo é o pai da mentira.
A realidade é que o Brasil é o quinto país do mundo em população, próximo aos 180 milhões de habitantes, e registra uma população tida como evangélica em torno de 30 milhões de almas. Sem entrarmos no mérito da autenticidade dessa profissão de fé, podemos concluir que cerca de 150 milhões de brasileiros permanecem nas trevas da incredulidade ou agrilhoados às suas tradições religiosas, com a agravante que há lugarejos em nosso vasto território que o Evangelho nunca foi anunciado por nenhuma igreja de denominação evangélica.
Vemos ainda uma outra agravante, na medida que ouvimos comentários vindos do exterior de que o Brasil já não carece tanto que sejam enviados missionários dada a essa pseudosuficiência, e as orações têm sido direcionadas para que o Senhor levante servos para outras nações. Nisto também acreditamos que o inverso é verdadeiro, não podemos dispensar nenhuma ajuda e seria importante que mais irmãos do exterior viessem colaborar conosco dada a imensidão territorial do nosso país. Em nosso meio, o último americano que para cá veio, em 1990, foi o irmão Warren J. Brown, que está em Franca (SP), e, da Inglaterra, o irmão André D. Renshaw, que aqui chegou em 1992 e se encontra em Casa Branca (SP). Aqui no Brasil “ainda há muita terra para ser conquistada”.
Sabemos que o mundo todo carece urgentemente da mensagem do Evangelho e é evidente que devemos orar por todos os povos e nações, para que todas as pessoas tenham a oportunidade de ouvir acerca da graça do nosso Amado Redentor. Todavia, não podemos com isso transmitir uma falsa idéia que aqui já aconteceu o que lemos em Atos 9:31, onde a igreja em toda a Judéia, Galiléia e Samária, andava no temor do Senhor e se multiplicava, pois aqui ainda há muitos corações que precisam ser alcançados e para isso é necessário que ouçam a Palavra de Deus, mas “como ouvirão se não há quem pregue?” (Rm.10:14).
Como diz o cancioneiro popular, “o Brasil é coisa nossa”. Que este novo ano seja marcante em nossas vidas na medida que nos consagremos ainda mais em prol da gloriosa obra missionária, tendo para isso a mesma visão do Senhor Jesus que nos é revelada em Mateus 9:35-38:
- Olhemos para o Seu exemplo: “percorria Jesus todas as cidades e aldeias” (v.35).
- Tenhamos o mesmo sentimento de amor que Ele teve para com as almas perdidas: “vendo as multidões, compadeceu-se delas, porque andavam desgarradas e errantes” (v.36).
- Sintamos a mesma inquietude que a dEle diante de tão rude constatação: “na verdade, a seara é grande, mas os trabalhados são poucos” (v.37).
- Ouçamos o Seu apelo: “Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara”.
Esta meditação nos remete à chamada dos primeiros discípulos do Senhor, revelada em Lucas 5:1-11. Tiago e João eram sócios de Simão (Pedro), eles tinham um negócio, viviam da pesca. Dentre as inúmeras embarcações, de todo tipo, que por aquele imenso lago navegava, não foi por mero acaso que o Senhor escolhera aquele barco, pois ali se encontrava um vaso escolhido por Ele.
Nessa ocasião, diante do extraordinário milagre operado pelo Senhor Jesus, os sócios desse empreendimento poderiam pensar: “Acabaram-se todos os nossos problemas, com Ele em nosso negócio nos tornaremos a maior indústria de pesca do mundo, venderemos muito para os romanos e ficaremos riquíssimos!”.
Não foi assim que pensaram, nem agiram, ao contrário, em vez de convidá-Lo a participar do seu negócio, eles “deixaram tudo e O seguiram” (v.11) para participar do Seu “negócio”, o maior empreendimento existente neste mundo que é o de “pescador de almas” (v.10).
Quantos de nós, em 2004, ao ouvir o Seu chamado, dirão: “Eis-me aqui, envia-me a mim” (Is.6:8)? Permita Deus que sejam muitos, porque o Brasil é urgente!