Atos 7:2-7, Hebreus 11:8-10, 17-19
Alan Orr, autor deste resumo sobre a vida de Abraão, é o segundo filho do saudoso casal George & Martha Orr, que serviram por décadas ao Senhor aqui no Brasil. George foi um dos grandes incentivadores deste ministério e conosco se relacionava até sua promoção aos braços d’Aquele que tanto amou e serviu – o Senhor Jesus. Sentimos sua falta e grande é a saudade, mas em breve estaremos juntos no regaço do nosso Redentor.
Alan hoje reside em Banbridge, na Irlanda do Norte, que faz parte do Reino Unido, e temos mantido contato ao longo de muitos anos. Recebemos dele este precioso resumo de sua lavra, que ora compartilhamos com os nossos leitores. Ao terminar a sua leitura confirma-se que para Deus, nada, absolutamente nada, Lhe é difícil (Jeremias 32:17). Coisa alguma neste mundo poderá conter o poder do Deus Todo-Poderoso. Vemos no relato da vida de Abraão que o Senhor não Se limita à idade que quem O serve para alcançar os Seus magníficos propósitos. A maior de todas as bênçãos para a humanidade veio através da semente de um idoso – Abraão.
Pensemos nisso, estimado leitor! Jamais menosprezemos ninguém pela idade que possui. Vamos ao texto:
O profeta Abrão (Gênesis 20:7), um pastor que viveu depois do dilúvio, quase 4.000 anos atrás, nasceu em Ur, uma terra pagã, mas conhecia o Deus verdadeiro. Deus o chamou (Gênesis 12) para deixar sua terra e parentela e ir para uma terra que Ele lhe mostraria. Ele deixou Ur em direção a Canaã com sua esposa Sarai, o pai Terá e o sobrinho Ló. Foram até Harã onde se estabeleceram. Ur e Harã eram cidades cheias de idolatria. Terá, que se tinha envolvido em idolatria, morreu em Harã. Quando Abrão tinha 75 anos, Deus o chamou uma segunda vez em Harã para sair para uma terra que sua descendência herdaria. Deus fez três promessas a Abrão:
- Um relacionamento com Ele.
- Uma numerosa descendência.
- A promessa de uma terra.
Abrão contava 75 anos e sua esposa, Sarai, 66 anos, era estéril. Como ele poderia ter uma multidão de descendentes? Na verdade, parecia que não teria descendente algum. Sem saber para onde ele estava indo, Abrão partiu de Harã e veio a Canaã. Ele viveu em várias localidades: Siquém, Hebron, em Betel, e no deserto de Negev, com permanências no Egito e em Gerar. Em Siquém, Deus prometeu a Abrão que aquelas terras pertenceriam a sua semente. O casal de idosos ainda não tinha filhos, mas Abrão creu que Deus tinha o poder para realizar o que Ele tinha prometido e sua fé foi-lhe imputada por Deus como justiça.
Quando Abrão (Gênesis 15), perguntou ao Senhor se Eliézer, seu mordomo, seria seu herdeiro, Deus renovou Sua promessa de que ele teria um filho. A sua descendência seria incontável como as estrelas no céu, o pó da terra e os grãos de areia nos litorais. Por 400 anos, eles seriam peregrinos e escravizados numa terra estranha, mas voltariam para a Terra Prometida. O Senhor prometeu a terra do Nilo ao Eufrates para os seus descendentes.
Dez anos depois que o Senhor tinha prometido um filho a Abrão (Gênesis 16), o casal ainda sem filhos e ficando mais velhos, Sarai sugeriu que Abrão tivesse um filho com sua serva Hagar. O filho que Hagar teve de Abrão foi chamado Ismael. Ele se tornou o pai das nações árabes.
Quando Abrão tinha 99 e Sarai 90 (Gênesis 17), o Senhor renovou Sua promessa de fazer dele o pai de muitas nações e mudou seus nomes para Abraão e Sara. Ele prometeu que, passando um ano, Sara teria um filho chamado Isaque e, através dele, Suas promessas seriam cumpridas. A circuncisão foi introduzida como um símbolo dessa aliança. Mensageiros do Senhor apareceram a Abraão (Gênesis 18) sob a forma de três homens. Ele fez uma refeição para eles. A promessa foi renovada: Sara teria um filho. Sara ouviu e riu. O Senhor disse: haveria coisa alguma difícil demais para o SENHOR?
Deus também informou Abraão que ia destruir Sodoma e Gomorra cujos pecados tinham se agravado muito. Abraão intercedeu por Sodoma, mas havia menos de dez pessoas justas nela. Ló e suas filhas escaparam da destruição da cidade, mas sua esposa se transformou numa estátua de sal quando ela olhou para trás. Vinte e cinco anos depois da inicial promessa do Senhor de um herdeiro, Sara teve um filho chamado Isaque (Gênesis 21). Sara estava com 91 e Abraão com 100 anos de idade. Isaque nasceu pela intervenção sobrenatural de Deus.
Em um teste supremo (Gênesis. 22), Deus pede a Abraão que sacrifique seu amado filho Isaque, pelo qual tinha esperado um quarto de século. Abraão prontamente leva Isaque até o monte Moriá. Isaque perguntou onde estava a oferta, seu pai respondeu que Deus a iria providenciar. Isaque é amarrado no altar. No momento que Abraão estende sua mão para imolar seu filho, o anjo do Senhor bradou dos céus e o impediu. Abraão viu um carneiro, travado pelos chifres num arbusto, e o sacrificou no lugar de Isaque. Deus ficou impressionado com a grande devoção de Abraão. Ele não negou seu filho amado ao Senhor – uma boa imagem do dom de Deus, Seu unigênito Filho, que, entretanto, não pode ser substituído.
Foi cumprida, portanto, a promessa de um filho, do qual viria uma grande nação. Mas e a Terra Prometida? Quando Sara morreu, Abraão comprou uma parcela de sepultamento em Macpela, a única minúscula propriedade que possuiu na terra prometida aos seus descendentes. Como lemos em Atos 7:5, Abraão não recebeu terra como herança. Em Hebreus 11:13, lemos que eles morreram na fé, sem receber as promessas, confessando que eram apenas estrangeiros e peregrinos.
A promessa da terra foi importante a Abraão e muitos anos mais tarde, Josué levou a nação de Israel à Terra Prometida e eles a possuíram. No entanto, Abraão pela fé ansiosamente aguardava uma terra melhor, a celestial. Hebreus 11:10 diz que ele esperava uma cidade que tem fundamentos, cujo artífice e construtor é Deus.
Outra promessa de tremenda importância a Abraão: “em ti serão benditas todas as nações da terra" (Gênesis 22:18). Esta promessa foi cumprida pelo Salvador, seu descendente mais importante. Todos os que confiam no Deus verdadeiro, se tornam filhos espirituais de Abraão. Abraão foi chamado de "amigo de Deus" (Tiago 2:23) e é o "pai da fé" (Romanos 4:11 e Gálatas 3:29).
Cristãos se regozijam, pois as bênçãos do “Convênio de Abraão” tornaram-se suas, mas devem se lembrar de que, como o Senhor Jesus ensinou, os verdadeiros filhos de Abraão executam suas obras (João 8:39). Simplesmente ter a descendência não garante a salvação, como João Batista apontou, dizendo que mesmo das pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão (Mateus 3:9). Somente aqueles cuja vida manifesta a fé e obediência de Abraão participam no concerto de bênçãos. Abraão representa para o apóstolo Paulo o exemplo padrão de um que foi justificado pela fé (Romanos 4:16-22; Gálatas 3:6-12). Tiago demonstra que a justificação pela fé é evidenciada pelas obras que resultam desta fé genuína (Tiago 2:20-24).
LIÇÕES DA VIDA DE ABRAÃO
- Lição 1 – O poder de Deus: Há algo difícil demais para Deus? (Gênesis 18:14). Resposta: Para Deus nada é difícil demais (Jeremias 32:17).
- Lição 2 – A fidelidade de Deus: Deus sempre cumpre Suas promessas (Números 23:19);
- Lição 3 – A cronometragem divina: As promessas de Deus são cumpridas de acordo com o Seu cronograma;
- Lição 4 – A fé de Abraão foi provada por sua obediência, como na oferta de Isaque (Tiago 2:21);
- Lição 5 – Abraão cedeu tudo a Deus – sua terra e parentela e até mesmo seu precioso filho;
- Lição 6 – Quanto maior o custo, maior o sacrifício. Deus sabia que para Abraão Isaque era precioso (João 3:16);
- Lição 7 – Abraão viveu pela fé. O justo viverá pela fé (Romanos 1:17; Gálatas 3:11; Hebreus10:38);
- Lição 8 – Até o grande servo do Senhor Abraão mentiu, Ele mentiu a Faraó e Abimeleque que Sara sua esposa era apenas sua irmã. Abraão e Sara tinham o mesmo pai, mas mães diferentes (Gênesis 12:18 e 20:2);
- Lição 9 – Abraão creu no impossível. Creu na promessa de Deus que Sara teria um filho na sua velhice.
- Lição 10 – Lealdade: Abraão é um exemplo de verdadeira fidelidade a Deus;
- Lição 11 – Prioridade: Abraão deu o primeiro lugar a Deus em tudo na sua vida;
- Lição 12 – Obediência: Obediência ao Senhor deve ser sem atrasos ou indagações a respeito das ordens;
- Lição 13 – Separação: Abraão recusou a se envolver em assuntos deste mundo e ambientes mundanos;
- Lição 14 – Ressurreição:. Todas as promessas de Deus estavam associadas com o herdeiro Isaque. Abraão creu que se Isaque fosse sacrificado, em seguida Deus iria ressuscitá-lo dentre os mortos (Hebreus 11:19);
- Lição 15 – Justificação: Abraão creu em Deus e isso foi-lhe imputado como justiça (Gênesis15:5-6);
- Lição 16 – Intercessão: Mantendo-se separado do mundo, Abraão intercede por Sodoma (Gênesis 18:23-32);
- Lição 17 – Adoração: Abraão adorou a Deus com fervor e construiu altares (Gênesis 12:6, 12:8, 13:18, 22:9);
- Lição 18 – Comunhão: Deus repetidamente tem comunhão com Abraão e o trata como amigo.
- Lição 19 – Paciência: Abraão e Sara, embora modelos de fé e paciência, tentaram ajudar Deus a tornar suas promessas realidade. Abraão teve um filho com Agar, serva de Sara, chamado Ismael (Gênesis16:15);
- Lição 20 – Restauração: Quando Abraão falhou, ele foi restaurado pela graça de Deus;
- Lição 21 – Amizade: Abraão, o amigo de Deus (Isaías 41:8). O Senhor Jesus disse: Vós sereis meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando (João 15:14). Para ser amigo de Deus, como Abraão, temos que obedecê-Lo;
- Lição 22 – Bênçãos: Deus prometeu abençoar a Abraão e a torná-lo uma benção (Gênesis12:2);
- Lição 23 – Peregrinação: Abraão viveu como forasteiro e peregrino na terra prometida (Hebreus 11:13-16);
- Lição 24 – Propriedades: O único pedacinho de terra que Abraão possuiu, foi a parcela de sepultamento em Macpela, mas aguardava com ansiedade uma cidade eterna e muito melhor (Hebreus 11:10);
- Lição 25 – Redenção: Através da descendência de Abraão, todas as nações da terra seriam abençoadas, referindo-se ao Senhor Jesus Cristo, nosso Salvador, um descendente direto seu (Gênesis 22:18; Mateus1:1).