Encontramos o relato sobre a arca de Noé no livro de Gênesis (6:9 a 8:22), primeiro livro da Bíblia, básico para o conhecimento da origem do universo, do nosso planeta e de tudo o que nele existe, e de nós próprios. Mais importante ainda é o que nos conta sobre o Deus criador, e do Seu relacionamento com o homem, o último a ser criado.
A brevíssima descrição do começo de tudo que nos é dada é essencial para compreendermos a harmonia que havia inicialmente entre Deus e o homem, como este a rompeu com imenso prejuízo para si, e assim arruinou também toda a criação pela conseqüente maldição que lhe sobreveio. Também encontramos nesse livro a fé salvadora, pela graça de Deus, ilustrada por Noé e a salvação pela arca que construiu (Gênesis 6:8).
Não é, portanto, de se admirar que o livro de Gênesis seja o mais atacado pela humanidade sem Deus, junto com o livro do Apocalipse, que fala sobre a vitória final de Deus, na pessoa do Cordeiro, o Seu Filho. Mesmo em um grande número de igrejas que se chamam cristãs, esses dois livros são pouco estudados, mas geralmente relegados a uma classe de lendas, fábulas, histórias de crianças, figuras simbólicas e misteriosas com interpretações “espirituais” várias, limitadas à compreensão de uns poucos doutores em teologia.
Depois dos primeiros três capítulos iniciais, o relato sobre a arca de Noé é o mais importante de todos e, como eles, sofre a invectiva do mundo ímpio, dos apóstatas, e a dúvida dos crentes de pouca fé.
Os ímpios, desejosos de negar a existência de Deus, da sua influência sobre o mundo e justificar sua própria “independência” de ação, inventaram teorias várias que se cristalizaram nas teorias da evolução que todos nós agora conhecemos, pois são ensinadas desde as primeiras classes nas escolas como sendo ciência, apesar das suas inumeráveis contradições e falta de provas para os seus conceitos mais fundamentais.
As suas afirmações, sem provas concretas e freqüentemente ferindo as reconhecidas leis naturais, são tão universalmente expostas e aceitas nestes dias, que passaram a ser chamadas de “científicas”. Poucos se aventuram a publicamente expor suas inconsistências, fraudes e deliberadas mentiras, pois se arriscam ao escárnio da mídia e do público ignorante.
Entre os corajosos, estão muitos cientistas sinceros que conseguem perceber a vasta cortina de fumaça lançada pelos evolucionistas sobre a realidade que se evidencia na natureza, se for corretamente estudada. Muitos se converteram a Cristo quando foram acordados à perfeita sintonia existente entre o breve relato bíblico em Gênesis e todas as descobertas feitas pela ciência.
Um grande grupo deles se reuniu em uma missão para abrir aquela cortina a outros cientistas, e ao público em geral, através da internet, da literatura e da mídia. No mês de junho (2007) inauguraram um museu especialmente dedicado à criação, muito elogiado pelos que já o visitaram, mesmo descrentes. Recomendo muito uma visita ao seu site – www.answersingenesis.org – onde encontrarão uma multiplicidade de preciosos artigos bem fundamentados e escritos por cientistas de renome, e mais informações sobre as suas atividades.
Voltando à arca de Noé … Leiam atentamente o relato bíblico, para tirar da sua mente tanta coisa que tem sido inventada pelos contadores de histórias, e que não está ali. Sem dúvida foi um acontecimento verídico, comprovado vez após vez pelas descobertas cada vez mais comuns dos arqueólogos, zoólogos, biólogos, geólogos, e os outros vários campos científicos.
A arca foi construída depois de um período de 1.656 anos a partir da formação do primeiro homem, Adão, segundo a genealogia meticulosa encontrada no capítulo 5 de Gênesis. Durante esse período, a população da terra se multiplicou, calculando-se que ao final era de mais de 25 milhões de habitantes.
Em sua parte final, temos um retrato triste do estado moral e espiritual da humanidade daquela época. A santidade do casamento fora perturbada pela lascívia dos homens, atraídos apenas pela beleza física das mulheres. Surgiram nefilins (gigantes), homens valentes (militares) e varões de renome (influentes e poderosos), donde vislumbramos castas sociais e a exploração dos mais fracos pelos mais fortes. A perversidade do homem, que só se inclinava para o mal, e a violência enchiam a terra (Gênesis 6:1-13).
Nessa altura, com muita tristeza o SENHOR decidiu terminar aquela civilização, que não tinha mais remédio. De nada havia adiantado o testemunho dos poucos homens que serviam a Deus desde Enos, entre eles o profeta Enoque. Todo o ser vivente havia corrompido o seu caminho na terra, à exceção de Noé que, correto e sincero, foi favorecido por Deus. O resto da humanidade, junto com os animais, grandes e pequenos, e as aves do céu, foi condenada à destruição.
Noé e a sua família, sendo avisados por Deus, construíram uma arca de madeira gigante em forma de paralelepípedo, com 133 metros de comprimento, 22 metros de largura, e 13 metros de altura, contendo um volume de mais de 38.000 metros cúbicos. Segundo entendemos de Gênesis 2:6 e 9:14-16, ainda não havia chovido sobre a terra. Sem dúvida Noé era um homem fiel, obediente e cheio de fé em Deus para levar avante tamanho empreendimento, que lhe levou 120 anos.
A Bíblia dá uma informação muito resumida do dilúvio: “No ano seiscentos da vida de Noé, no mês segundo, aos dezessete dias do mês, naquele mesmo dia se romperam todas as fontes do grande abismo, e as janelas dos céus se abriram, e houve chuva sobre a terra quarenta dias e quarenta noites” (Gênesis 7:11). Sabemos, pelos vestígios encontrados em abundância, que a água que caiu do céu e o rompimento do grande abismo mudaram para sempre a composição da superfície da terra e da sua atmosfera. Os animais e plantas gigantes foram destruídos, ficando seus fósseis e os exemplares (pequenos) das suas espécies conservados em vida como prova da sua existência.
O Senhor Jesus, confirmando a realidade deste assombroso acontecimento, informou: “E, como foi nos dias de Noé, assim será também a vinda do Filho do homem. Porquanto, assim como, nos dias anteriores ao dilúvio, comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e não o perceberam, até que veio o dilúvio, e os levou a todos, assim será também a vinda do Filho do homem” (Mateus 24:37-39).
O dilúvio foi um acontecimento sobrenatural. Para a população antediluviana também seria, mais do que para nós, se nunca ainda tivessem visto uma chuva. Noé creu na Palavra de Deus e tomou suas providências para construir a arca.
A humanidade do tempo de Noé não quis ouvir a sua “pregação da justiça” (2 Pedro 2:5), e, embora a longanimidade de Deus aguardasse durante o século em que se preparava a arca, só oito pessoas foram salvas: Noé e a sua família. Ninguém mais acreditou no dilúvio, nem quis tomar conhecimento, mas aconteceu mesmo, e todos morreram sem ter onde se abrigar.
Estamos hoje numa situação semelhante à de Noé. A humanidade, tendo em grande parte abandonado o conceito de um Deus criador, limita-se apenas ao que é material, visível e palpável, assumindo que nós e tudo o que nos cerca surgimos do nada, por um acidente inexplicável, e “evoluímos” por uma infinidade de outros acidentes através de milhões de anos, até chegarmos à realidade atual.
E a humanidade vive, como a população antediluviana, para si e para os seus prazeres em desobediência, pensando que nunca terão que prestar contas dos pecados de que os acusam as suas consciências: “Comamos e bebamos, porque amanhã morreremos”, é a atitude geral. São poucos os que se arrependem e se voltam a Deus: “estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem”, como predisse nosso Salvador (Mateus 7:13-14).
Lembremos sempre o exemplo de Noé, que creu em Deus e na Sua palavra sobre “acontecimentos que ainda não se viam e sendo temente a Deus, aparelhou uma arca para a salvação de sua casa; pela qual condenou o mundo e se tornou herdeiro da justiça que vem da fé” (Hebreus 11:7). Somos justificados pelo sangue de Cristo, e assim habilitados para entrar na presença de Deus; estamos seguros contra a ira de Deus que assolará mais uma vez o mundo, desta vez com fogo. Temos o conhecimento da Verdade que se encontra em Sua Palavra, e não nos deixemos enganar pela mentira da evolução que pode solapar a nossa fé.