E notável como o mundo em geral está se interessando cada vez mais na realidade cósmica, e na posição que o planeta em que vivemos ocupa dentro do universo que nos rodeia. Fortunas imensas estão sendo despendidas em sondas espaciais, capazes de atingirem os planetas do sistema solar, tirando fotografias e filmes em sua proximidade, e mesmo descendo até a superfície da lua e dos planetas mais próximos para fazer análises da sua composição e trazer amostras da sua superfície.
Outras fortunas são gastas em telescópios, tanto na superfície da terra como em órbita para desvendar os segredos do espaço infinito. Alguns dos telescópios são visuais, outros captam as irradiações provindas de astros situados a distâncias imensas, para formar imagens com o auxílio de computadores. A curiosidade em saber se há vida fora do nosso planeta também tem motivado um grande investimento em aparelhos para procurar detectar alguma transmissão vinda do espaço que poderia identificar uma origem inteligente.
O resultado de tudo isto até agora tem sido a comprovação da imensa beleza daquilo que está lá fora, e a nossa insignificância, como exclamou o salmista: “Quando contemplo os teus céus, obra dos teus dedos, a lua e as estrelas que estabeleceste, que é o homem, para que te lembres dele? e o filho do homem, para que o visites?” (Salmo 8:3,4). Já se fez um filme, usando um poderoso computador e dados astronômicos, simulando uma viagem espacial, na qual, como passageiros, saímos da terra e, mantendo o foco nela nos afastamos a uma velocidade vertiginosa. Não demora muito até que a terra desapareça em um ponto invisível, enquanto ainda estamos dentro da nossa galáxia, e existem incontáveis outras, maiores e menores, a perder de vista.
As maravilhas que surgem aos olhos quando vemos as fotografias tiradas pelo telescópio espacial Hubble são de estarrecer, bem como o fato que, até agora, o nosso planeta é o único habitável entre tantos bilhões de astros já vistos e testados, e a sua beleza vista do espaço é magnífica tendo vários cientistas declarado que ela é singular e como que criada especialmente com todas as condições para a vida do homem.
Mas os astrônomos agora estão preocupados com a possibilidade de um meteoro atingir a terra e destruir tudo, ou a maior parte do que existe na sua superfície. Já identificaram vários, e estão procurando os melhores “candidatos”! Isto nos lembra as palavras do Senhor Jesus “E haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas; e sobre a terra haverá angústia das nações em perplexidade pelo bramido do mar e das ondas. Os homens desfalecerão de terror, e pela expectação das coisas que sobrevirão ao mundo; porquanto os poderes do céu serão abalados” (Lucas 21:25,26).
A Bíblia era antigamente aceita como a maior autoridade sobre os céus, mas foi rejeitada a favor da teoria da evolução, e o primeiro versículo da Bíblia “No princípio criou Deus os céus e a terra” foi esquecido. Mas, apesar de todo o conhecimento adquirido nestes últimos anos, os astrônomos estão confusos: suas descobertas parecem que vão desfazendo todas as teorias em que antes de baseavam. A última descoberta sensacional é que existe uma partícula subatômica que pode se movimentar a uma velocidade ainda mais alta do que a da luz, enquanto esta tem sido até agora a base do cálculo das distâncias cósmicas e da idade do universo.
Vamos considerar, a seguir, algumas coisas que a Bíblia nos diz a respeito dos “céus” uma palavra que traduz, em nossas Bíblias o hebraico “shamayim” e que aparece, segundo Vine, 420 vezes e em todos os períodos do hebraico bíblico. Essa palavra está sempre no plural, nunca aparecendo no singular.
O que vemos dos “céus” é o que Deus colocou ali para ser visto por nós. Os instrumentos científicos estão sempre encontrando novas maravilhas nos céus, e o que vemos aparenta sempre estar a uma distância fenomenal de nós, mas sabemos que Deus colocou tudo isso ali para o nosso benefício. Zofar sabiamente indagou: “Poderás descobrir as coisas profundas de Deus, ou descobrir perfeitamente o Todo-Poderoso?” (Jó 11:7). A mensagem clara que nos dão esses instrumentos é que nunca poderão desvendar perfeitamente as obras de Deus, embora os cientistas continuem tateando com a teoria absurda que tudo surgiu e as maravilhas se formaram acidentalmente, sem um Supremo Deus Criador.
A Bíblia nos fala repetidamente dos “céus” porque precisamos entender que existe muito mais do que aquilo que podemos ver quando olhamos para cima, com ou sem instrumentos. Até parece que o Criador, sabendo com antecedência as pesquisas que o homem faria, relacionou sua vastidão incomensurável com a nação de Israel em Jeremias 31:37: “Assim diz o Senhor: Se puderem ser medidos os céus lá em cima, e sondados os fundamentos da terra cá em baixo, também eu rejeitarei toda a linhagem de Israel, por tudo quanto eles têm feito, diz o Senhor”. E ainda existem hoje aqueles que, dizendo-se cristãos, ensinam falsamente que Deus rejeitou Israel e que foi substituído pela Igreja!
Ao criar o céu visível, Deus teve por propósito primordial o que lemos em Gênesis 1:14,15: “E disse Deus: haja luminares no firmamento do céu, para fazerem separação entre o dia e a noite; sejam eles para sinais e para estações, e para dias e anos; e sirvam de luminares no firmamento do céu, para alumiar a terra. E assim foi”. O movimento dos astros é tão regular, que os homens agora podem dirigir os seus veículos espaciais com o simples uso de fórmulas da física e da matemática, como os navegantes antigamente usavam o sol e as estrelas.
A palavra “sinais” é a tradução do hebraico “oth” que também significa “bandeira”, “marca” e “milagre” e vem de uma raiz “ooth” que significa chegar, aviso que algo ou alguém está para vir. Foi através de uma estrela que os magos souberam do nascimento do Messias de Israel (Mateus 2:2-10). Em Lucas 21:25 o Senhor Jesus profetizou que um dia “haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas; e sobre a terra haverá angústia das nações em perplexidade pelo bramido do mar e das ondas. E os homens desfalecerão de terror, e pela expectação das coisas que sobrevirão ao mundo; porquanto os poderes do céu serão abalados. Então verão vir o Filho do homem em uma nuvem, com poder e grande glória”. Em Apocalipse 6:13 lemos que as estrelas do céu cairão sobre a terra, e em 8:10 e 11 é prevista a queda de uma “grande estrela” com efeitos desastrosos sobre a terra... como os cientistas temem atualmente a queda catastrófica de um meteoro.
O céu que compreende todo o universo visível, a olho nu ou com instrumentos, e onde está o nosso planeta, é apenas um dos céus de que nos fala a Bíblia (Deuteronômio 17:3, 33:26, Jeremias 8:2, Mateus 24:29 etc.). Mais perto de nós temos o “firmamento”, também visível (Gênesis 1:6, 2:19, 7:3,23, Salmo 8:6, Lamentações 4:19 etc.). Mas imensamente superior a estes é o terceiro céu, o “céu dos céus”, para nós fisicamente invisível, mas que em algumas raras ocasiões foi dado a ver a alguns homens escolhidos, inclusive o apóstolo Paulo (Deuteronômio 10:14, 1 Reis 8:27, Salmo 115:16, 148:4, 2 Coríntios 12:2-4 etc.).
O terceiro céu se distingue dos demais por não ser de ordem física e portanto não tem os limites físicos dos outros. É tão real quanto eles, existe antes da criação da terra e dos outros dois céus. É a “habitação” do eterno Deus e de outros seres criados por Ele, entre os quais os que conhecemos como “anjos”. Estes assistiram à criação do mundo visível conforme o Senhor declarou a Jó (Jó 38:4-7).
Nosso cérebro humano, material, não tem capacidade para compreender a vastidão do universo visível, muito menos ainda a eternidade. Graças a Deus, porém, além do nosso corpo físico, Ele nos deu o Seu Espírito, mediante o qual podemos nos comunicar com Ele e temos conosco a Sua Palavra que foi transmitida através dos Seus santos profetas, para nossa informação e instrução. Com essa perspectiva temos uma percepção melhor do sublime amor e compaixão que Deus mostrou por nós, criaturas ínfimas que vivemos num grão de poeira neste imenso universo.
Sua disposição de nos fazer participantes das Suas maravilhas se vê na grandiosa obra do Filho, que é integrante de Deus, por intermédio de Quem todas as coisas foram feitas, nada tendo sido feito sem Ele (Colossenses 1:16): Ele é o Deus unigênito, que está no seio do Pai (João 1:1-5, 9-14, 18) e assumiu a humanidade sendo dado à luz como bebê filho de uma mulher.
Recebeu o nome hebraico “Joshua”, que significa “(Jeová) é salvação”, ou seja “é o Salvador”, conforme ordenado por um anjo a José, marido de sua mãe Maria. O nome hebraico foi transliterado para o grego Jesus, que é o idioma usado no Novo Testamento. Os Evangelhos nos contam como viveu em espantosa humildade, e depois deu a Sua vida humana em resgate de todos os que nEle creem. Três dias depois provou Quem realmente era ao ressuscitar com um novo corpo humano mas com propriedades imensamente superiores às naturais com que havia nascido aqui.
Quarenta dias depois subiu visivelmente até que foi ocultado por uma nuvem, diante de várias testemunhas. Encontra-se agora no terceiro céu, junto com o Pai, e ali está preparando lugar para os Seus redimidos que um dia virá buscar, vivos e mortos ressuscitados, todos transformados tendo novos corpos como o dEle (1 Coríntios 15:52).
Sabemos que a terra e o primeiro céu estão condenados a serem destruídos e substituídos por algo melhor e mais permanente (Mateus 24:35, Hebreus 12:26,27, 2 Pedro 3:7-13, Apocalipse 21:1). Nesta nova terra será baixada do céu da parte de Deus a santa cidade de Jerusalém tendo nela a glória de Deus, para a habitação somente “dos que estão inscritos no livro da vida do Cordeiro.” O seu brilho, magnificência e enorme extensão são descritos em Apocalipse 21:10 a 27. O seu santuário é o Senhor Deus Todo-Poderoso, e o Cordeiro.
O terceiro céu, onde atualmente está o trono do Deus, é eterno ao que sabemos; o destino do segundo céu não nos foi revelado, mas existe um tempo infinito pela frente.
Aos salvos está reservada vida eterna na comunhão de Deus, um eterno peso de glória (2 Coríntios 4:17), isenção de todos os sofrimentos para sempre, livramento de todos os males (2 Coríntios 5:1,2), feitos filhos de Deus serão iguais aos anjos (Lucas 20:36), tendo uma herança incorruptível, incontaminável e imarcescível, reservada nos céus para eles (1 Pedro 1:4).
Como Paulo disse: “devemos portanto não atentar nas coisas que se veem, mas sim nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, enquanto as que se não veem são eternas” (2 Coríntios 4:18).