Através dos profetas Deus falou aos patriarcas dos israelitas muitas vezes e de muitas maneiras, mas por último nos falou através do Filho, Jesus Cristo (Hebreus 1:1-2).
Os incomparáveis privilégios e glórias da fé cristã não devem ser tratados levianamente: se os israelitas que rejeitaram a voz de Deus concretizada na lei foram punidos em conformidade com ela, muito menos escaparão de castigo os que se desviarem “daquele que nos adverte lá dos céus” (Hebreus 12:25): Deus nos deu uma revelação Divina do céu através do Seu Filho e pelo ministério do Espírito Santo, e nos adverte para obedecermos ao Seu Evangelho.
Quando o privilégio é maior, também é maior a responsabilidade. Vez após vez em sua peregrinação pelo deserto, os israelitas deixaram de dar atenção aos mandamentos de Deus, e sofreram por causa da sua desobediência. Em Cristo, Deus deu Sua melhor e última revelação. Os que rejeitam a Sua voz, falada agora do céu no Evangelho, são mais culpáveis e, portanto, sofrerão consequências mais graves ainda do que as resultantes da violação da lei.
Essa profecia, que contém detalhes terríveis, é chamada de “promessa” em Hebreus 12:26 por ser efetivamente o que é prometido, como disse o Senhor Jesus: “quando essas coisas começarem a acontecer, exultai e levantai as vossas cabeças, porque a vossa redenção se aproxima” (Lucas 21:28). A seguir fica claro que o que estava sendo previsto se refere, basicamente, aos julgamentos que dissolverão tudo em que a humanidade sem Deus se apoia, e sua substituição por uma nova ordem de coisas, sob um Reino de retidão governado pelo Seu Filho.
Em seu contexto, estas palavras declaram o propósito de Deus, no Dia do Senhor, quando Ele Se levantará para destruir o domínio dos gentios e exaltar o trono de Davi, e fazer Jerusalém e Seu templo o centro da adoração e submissão de todos os povos. Isto se dará no fim da era atual, no início do milênio, quando o Senhor Jesus instalará o Seu reino (Isaías 65:17, 66:22; Apocalipse 20:11, 21:1-5).
Quando Deus disse, "Ainda uma vez”..., Ele revelou a remoção completa e final dos céus e da terra após o término do milênio (2 Pedro 3:10-12). No Sinai a voz de Deus causou um terremoto (Êxodo 19:18). Mas está previsto outro tremor imensamente maior (Isaías 2:19-21, Ageu 2:6), não só na terra, mas também no céu (Isaías 13:13, Ageu 2:6). Este evento irá explodir o mito de que o que podemos ver, tocar e manipular é real e que as coisas invisíveis são irreais. Quando Deus finalizar o processo de remoção, tudo o que pertence à criação, material, visível, terá desaparecido e apenas o que é real, mas invisível agora, permanecerá. E então, haverá novos céus e nova terra (Isaías 65:17, 66:22, 2 Pedro 3:13).
Tendo em conta que os céus e a terra, como os temos agora, estão destinados a ser destruídos pelo fogo, devemos estar prontos para a vinda do Senhor, seguindo uma conduta santa e uma vida piedosa, porque sem dúvida poderá vir a qualquer hora. Não vamos perder tempo julgando uns aos outros, mas cuidar de cada passo que damos. Os que estão ocupados com um ritualismo tangível e visível estão agarrados às coisas que podem ser abaladas.
Os crentes têm um reino que não pode ser abalado. Isto deveria inspirar o mais fervoroso culto e adoração, com reverência e temor piedoso. Deus é um fogo consumidor para todos os que se recusam a ouvi-Lo, mas mesmo aos que são Seus, Sua santidade e justiça são tão grandes que devem produzir a mais profunda homenagem e respeito.