A segunda carta de Paulo a Timóteo (5)

CAPÍTULO 4

EXORTAÇÃO E CONCLUSÃO

2 Timóteo 4.1-22

Neste capítulo temos as últimas palavras do apóstolo Paulo escritas em o Novo Testamento. Consistem numa conjuração (exortação forte) a Timóteo com respeito à pregação do Evangelho; também, em diversas instruções, informações e observações com referência à sua própria situação.

EXORTAÇÃO SOLENE – Versículos 1-5

"Perante Deus e Cristo Jesus" em vista do julgamento final e do estabelecimento do Seu reino:

  1. Timóteo tem que "pregar a Palavra" (o Evangelho) em todas as circunstâncias, convenientes ou não; especialmente no sentido de ministério para os que, tomando a posição de cristãos, não manifestam a vida especial que lhe corresponde. O ministério terá que ser com paciência e constante ensino bíblico (v. 2).

  2. A  razão desta grande necessidade de ensino persistente é que haverá preferência para outros ensinos menos "severos" do que os que se acham na Bíblia, por acharem ser mais "modernos" e agradáveis à vida mundana e que a maioria dos "cristãos" desejará viver. Os ensinos bíblicos para os discípulos de Cristo serão chamados "puritanos", demasiadamente "rigorosos" para "os nossos dias mais liberais, mais tolerantes, mais autodeterminantes" etc. Preferirão "fábulas" - as do cinema, da televisão, da, assim chamada, "ciência" - e não terão apetite para a verdade, para aquilo que Deus diz (vs. 3-4).
  1. Porém, Timóteo, como cristão verdadeiro, deve cumprir as quatro exortações do apóstolo:
  • A prudência constante;
  • A paciência nas "aflições" (mormente as perseguições e os obstáculos satânicos);
  • A fidelidade no serviço evangélico;
  • E o cumprimento rigoroso do seu serviço para Deus (v. 5). Veja Atos 20:24.

PARÊNTESE – Versículos 6-8

Neste parágrafo, o apóstolo parece explicar a si mesmo (alegremente) as palavras do v. 5, para animar a Timóteo, mostrando-lhe que a exortação não exigia uma impossibilidade, visto que ele mesmo (Paulo) tinha passado pelas mesmas experiências e dificuldades, tinha vencido no combate contra o mal e agora o sacrifício (a sua vida inteira) seria completado pela "libação" o seu martírio (veja Gênesis 35:14 e Êxodo 29:40). O apóstolo sentia-se certo da aceitação divina do seu sacrifício a sua vida consagrada ao serviço de Deus.

Guerreou bem, correu bem e guardou bem o tesouro que lhe foi confiado - a mensagem evangélica (v. 7). Agora podia antever confiadamente a coroação pelo Juiz (1 Coríntios 3:14), junto com todos os Seus servos fiéis (v. 8).

CONCLUSÃO – Versículos 9-22

Nesta parte do capítulo temos avisos, pedidos, informações, esperanças e despedida:

  1. Pedidos – Que Timóteo venha ter com Paulo, trazendo-lhe capa e livros; que Marcos venha com ele; e que venham sem demora, antes do inverno.
  1. Aviso – Alexandre, o latoeiro, tinha-se mostrado inimigo de Paulo e devia ser evitado por Timóteo.
  1. Informações – Demas, Crescente, Tito e Tíquico já foram a outros lugares, por várias razões: Demas por infidelidade e os outros no serviço do Evangelho.

NOTAS ADICIONAIS

Demas está mencionado em Colossenses 4:14 e em Filemom 24 como "cooperador" de Paulo. Infelizmente, ele não "completou a carreira", mas desviou-se para o mundo.

Tito foi ao serviço evangélico para a Dalmácia (também chamada llírico – a extinta Iugoslávia), onde Paulo tinha iniciado a pregação do Evangelho. Veja Romanos 15:9.

Lucas é o "médico amado" de Colossenses 4:14 e o autor do Evangelho de Lucas e do livro dos Atos.

Tíquico é o "irmão amado e fiel ministro do Senhor" mencionado em Efésios 6:21-22 e Colossenses 4:7. Parece que foi ele que levaria esta Epístola a Timóteo em Éfeso, para que Timóteo pudesse vir imediatamente a Paulo em Roma.

Marcos é aquele que abandonou Paulo e Barnabé na primeira viagem missionária (Atos 13:13) e que Paulo recusou tomar na segunda (Atos 15:38). Porém, agora se tornou "útil para o serviço" e depois escreveu o seu evangelho. Veja também 1 Pedro 5:13.

"A primeira defesa" (v.16) pode referir-se a uma interrogação preliminar perante o tribunal em Roma; deu-lhe oportunidade para forte testemunho evangélico e o apóstolo foi reconduzido à prisão até novas provas. Assim foi "libertado da boca do leão" (um dito comum). Todavia, qualquer que fosse o resultado da próxima acusação, Paulo tinha a gloriosa certeza da salvação eterna (v. 18).

Prisca e Áquila eram os companheiros de Atos 18:18, 26; estiveram depois em Éfeso (1 Coríntios 16:19), em Roma (Romanos 16:3) e outra vez em Éfeso. Erasto era tesoureiro municipal de Corinto (Romanos 16:23). Trófimo era de Éfeso (Atos 21:29); deixado doente em Mileto (qual a razão por não ter sido curado por Paulo?) ... O dom de curar não era praticado sem a plena direção do Senhor; não está mencionado em Tiago 5:14-16.

autor: Richard Dawson Jones.