CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
2 Timóteo 1:1-18
PALAVRAS REANIMADORAS
Esta segunda Epístola a Timóteo foi a última carta escrita pelo apóstolo Paulo pelo menos daquelas que temos em o Novo Testamento. Paulo a escreveu pouco antes do seu martírio, possivelmente no ano 67. Desde a sua libertação da primeira detenção em Roma (Atos 28.16), Paulo tinha passado por várias regiões da Ásia Menor e da Grécia, pregando o Evangelho e fortificando as igrejas; mas foi preso novamente e levado para Roma, sob diversas acusações falsas ligadas com as suas atividades evangélicas. Muitos dos seus companheiros o abandonaram (por várias razões), só Lucas ficou com ele (4:11). Nestas circunstâncias, Paulo escreve ao seu "amado filho Timóteo" (v. 2), para animá-lo a perseverar no serviço para o qual Deus o tinha habilitado.
SAUDAÇÃO – Versículos 1-2
Paulo é um apóstolo proclamando a promessa de vida (eterna) em Cristo Jesus. Ele é mensageiro de Deus, não um revolucionário, nem agitador político. Ao seu "amado filho" ele deseja a "misericórdia" de Deus, como na primeira Epístola.
AÇÃO DE GRAÇAS – Versículos 3-5
Paulo sempre tinha servido a Deus com "consciência pura" mesmo quando, como fariseu fervoroso, ele na sua ignorância tinha perseguido os cristãos. Agora ele conhece a tristeza de Timóteo e quer vê-lo para confortá-lo, sabendo que a tristeza do moço não provém de dúvidas a respeito do Evangelho, pois a fé de Timóteo é genuína e firme, semelhante à de Loide e de Eunice (Atos 16:1).
EXORTAÇÃO À FIDELIDADE – Versículos 6-14
Porém, a tristeza podia ter consequências graves no trabalho de Timóteo, fazendo-o esquecer-se da sua missão divina, até abandoná-la de todo. Ele podia pensar: "Que poderá valer o meu trabalho, se o de um apóstolo como Paulo foi assim cortado de uma vez?... Vale a pena continuar?". É assim que o inimigo quer desanimar os servos de Deus e desviá-los da obra que Ele lhes deu.
Neste trecho, Paulo quer estimular a Timóteo e o faz por meio de quatro considerações:
- O dom espiritual já possuído por Timóteo (vs. 6-7). Este dom já está mencionado na primeira Epístola a Timóteo (1:18 e 4:14). Não era no seu próprio poder humano que o jovem pregador tinha de lutar, mas, sim, no poder invencível do Espírito Santo – um poder que lhe foi dado em medida especial, no começo de sua carreira como ensinador da Palavra de Deus. Não foi Paulo que lhe deu o "dom", foi o próprio Deus que lho deu e Paulo e o presbitério tinham-no reconhecido pela imposição das mãos. O desespero e a timidez não provinham daquele dom, mas, sim, o poder, o amor e a sobriedade (ou moderação).
- A grandeza do Evangelho (vs. 8-10). O Evangelho por amor de que Paulo trabalhava e sofria é a mensagem de Deus para o mundo. Anuncia a Sua salvação, a qual foi resolvida por Ele na eternidade passada (v. 9). Essa vontade divina já foi revelada por Jesus Cristo mesmo, o Salvador, que (pela Sua morte e ressurreição) destruiu para o crente a realidade da morte, trazendo-lhe a vida eterna.
- A confiança de Paulo (vs. 11-12). O apóstolo não tinha desânimo, nem dúvidas, nem medo! Enviado pelo próprio Senhor para anunciar o Evangelho, pois sabia em Quem estava a sua confiança, e que tudo que lhe pertencia – corpo, alma, espírito, serviço – seria perfeitamente guardado pelo Senhor até "aquele dia" (2 Coríntios 5:10).
- A presença do Espírito Santo (vs. 13-14). "O bom depósito" aqui é claramente a mensagem do Evangelho, isto é, a Palavra de Deus tanto para pecadores como para santos, a qual tem que ser mantida na sua pureza ("sãs palavras"), os ensinos de Paulo seriam como modelos para Timóteo. Fé em Deus e amor aos homens, tudo seria possível a Timóteo (apesar de perseguições) pelo poder do Espírito Santo que habita nele e que habita em todo verdadeiro cristão!
INFIÉIS E FIEL – Versículos 15-18
"Todos os da Ásia" significa crentes asiáticos, isto é, membros de igrejas na Ásia Menor que tinham abandonado a Paulo quando foi aprisionado, decerto temendo que eles mesmos correriam o risco de serem presos como cúmplices dele. Entre eles, dois são mencionados por nome Figelo e Hermógenes (v. 15).
Um tal Onesíforo está mencionado com louvor e gratidão, por ter sido excepcionalmente fiel; "muitas vezes" animou o apóstolo e esforçou-se para encontrá-lo em Roma. Paulo pede a bênção do Senhor sobre ele, como também sobre toda a sua família.