O Evangelho que pregamos consiste essencialmente em boas notícias, que é o seu nome. Essas boas notícias são as que Paulo e Silas deram ao carcereiro da prisão em Filipos onde foram encarcerados: “crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua casa” (Atos 16:31).
Os que creem no Senhor Jesus não se conformam mais com o mundo, e figurativamente saem dele e se ajuntam a um “rebanho” do qual o Senhor Jesus é o Supremo Pastor: este rebanho de crentes é a Sua Igreja, distribuída no tempo e no espaço levando apenas o Seu nome. Também em figura, a Igreja é um edifício construído sobre uma pedra fundamental, que é o Senhor Jesus, seu alicerce é composto dos Seus apóstolos, e o resto do edifício, ainda em construção, é de pedrinhas (os demais crentes).
O Espírito Santo habita em cada crente, dando-lhe vigor e direção na medida em que o crente permitir. Através de milhares de anos Ele inspirou crentes a escreverem os livros da Bíblia, riquíssimos em informações, instruções, relatos e exemplos históricos do relacionamento entre o verdadeiro Deus Criador e a humanidade. Cada crente, assistido pelo Espírito Santo, vive sua vida aqui no mundo para dar testemunho da salvação do pecador pela graça de Deus mediante a fé, e fazer boas obras para o Seu agrado.
De uma maneira geral, o crente tem plena liberdade de ação, desde que não esteja prejudicando o próximo ou infringindo a lei. Por outro lado, o cristão está submisso ao seu Senhor e Salvador Jesus Cristo, e não vai fazer aquilo que não seja da Sua vontade.
Logo, o primeiro passo é perguntar-se, quando em dúvida: "em meu lugar o que faria o Senhor Jesus?" Paulo adverte: "Tudo é permitido, mas nem tudo convém. Tudo é permitido, mas nem tudo edifica. Ninguém deve buscar o seu próprio bem, mas sim o dos outros" (1 Coríntios 10:23), e nos dá um crivo excelente para verificarmos o "bem" de tudo o que contemplamos fazer: "Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai" (Filipenses 4:8).
Após este pequeno prólogo sobre o Evangelho e o crente, vamos considerar algumas revelações do Espírito Santo na Bíblia sobre o crente e a Igreja no futuro:
Paulo declarou que, para ele, “o morrer é lucro” e tinha “desejo de partir e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor”. Quanto ao arrebatamento o Senhor Jesus disse “virei outra vez, e vos tomarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também”. Seria incongruente ir apenas para ficar inconsciente ou dormindo na presença de Cristo! Não encontramos muitas profecias ou detalhes sobre o período em que a Igreja estará com Cristo antes de voltar junto com Ele para vencer Satanás com o anticristo e seus exércitos, separar os povos escolhendo os que continuarão na terra no Seu reino milenar, e organizar o governo em que reinará com Ele. Decerto a Igreja terá muito que aprender antes de voltar para cá.
A Bíblia fala de duas classes diferentes de ressurreições:
- A ressurreição dos justos:
- Iniciada com a ressurreição de Jesus Cristo, também chamada “As Primícias”.
- Continuando com a dos crentes da Igreja mortos (cujas almas estarão no Paraíso) quando Cristo vier buscar a Sua igreja nos ares. Os membros da Igreja ainda vivos nesta ocasião também terão seus corpos transformados e se unirão aos ressuscitados no chamado “arrebatamento da Igreja”.
- Terminando com a ressurreição dos justos que não são da Igreja, por exemplo, os do Velho Testamento desde Adão.
- A ressurreição de todos os justos e ímpios vivos e mortos ímpios, que serão julgados diante do “trono branco” pelo Senhor Jesus Cristo, no fim do milênio.
Entendemos que todos terão corpos adequados para o fim a que se destinam, pois o corpo natural já estará desfeito.
Quando nasceu de uma mulher, Deus o Filho (Jeová, o Anjo de Deus) adquiriu um corpo humano, pois era necessário a fim de ser oferecido em sacrifício pelo pecado de todo o mundo, vertendo sangue expiador: foi-lhe dado o nome de Jesus (“Deus salva”) e era o Cristo (o Messias = “Ungido”) das profecias do Velho Testamento. O Filho de Deus veio voluntariamente para ocupar esse corpo que Deus lhe havia preparado, pois era impossível que o sangue de touros e de bodes tirasse o pecado humano (Hebreus 10:4-7). Ele disse que foi para isso que viera ao mundo (João 18:37).
O Seu corpo foi como um véu para esconder a Sua glória enquanto estava no mundo. Sua glória foi vista em Seu corpo no “monte da transfiguração” (Lucas 9:28-34; 2 Pedro 1:16-18). Ao morrer na cruz, Ele entregou o Seu espírito a Deus. O Seu corpo foi então embalsamado pelos discípulos e colocado num túmulo novo, ainda não usado. Depois de o Seu espírito ter deixado o corpo na morte, já sem vida (o sangue), o corpo não sofreu corrupção (Salmo 16:10; Atos 2:27; 13:36,37).
Passados três dias e três noites o Senhor Jesus ressuscitou, voltando para esse mesmo corpo, e o transformou de modo que adquiriu propriedades muito além da simples matéria: os lençóis que o cobriam e a própria sepultura não o puderam conter, tendo saído deixando as roupas e a sepultura selada. Depois apareceu e desapareceu sem ser contido por portas e paredes, e enfim subiu até desaparecer de vista na presença de muita gente, do que puderam dar testemunho depois. O corpo ainda mantinha as feridas da crucificação (João 20:27) e estas serão vistas pelos judeus quando voltar para o Seu reino na Terra (Zacarias 12:10).
Entende-se que, ao assumir Sua plena glória novamente junto do Pai, no céu, o Seu corpo se tornou plenamente glorioso, e foi assim que João O viu quando teve as visões descritas no Apocalipse. João se assustou tanto, que se prostrou aos Seus pés como morto (Apocalipse 1:13 a 17).
Mas dois eventos muito importantes estão previstos para ter lugar na presença de Cristo durante esse intervalo: todos os crentes comparecerão diante do Seu tribunal para que suas ações como Seus servos sejam julgadas, a fim de que cada um dê conta de si mesmo a Deus, e receba o galardão correspondente (Romanos 14:10,12).
Em seguida, terão lugar as “bodas do Cordeiro” com a Igreja arrebatada, que é a Sua noiva. Esse é o tema da parábola das dez virgens (Mateus 25:1-13) e das bodas (Mateus 22:1-14), com ênfase no Noivo, o Senhor Jesus.